Na quinta-feira (30 de Setembro), o réu Gregório Leão iniciou a sua audição denunciando ao tribunal que a sua esposa, Ângela Leão, também ré no processo das dívidas ocultas, está a sofrer tortura psicológica na cadeia.
“Esta quinta-feira, a minha esposa disse-me que está a sofrer tortura psicológica no estabelecimento penitenciário. Isso me preocupa porque ela está desamparada, infelizmente, isso me deixa mal desposto”, lamentou-se Leão, que apesar de se encontrar preso, procura assumir o seu papel de protectorcomo chefe de família.
Ângela Leão, partilhou com o seu esposo a alegada situação de tortura, durante os primeiros minutos que o casal se encontra na tenda da B.O, antes do inicio do interrogatório.
O juiz Efigénio Baptista pediu ao réu que explicasse como tem ocorrido a tortura psicológica feita à sua esposa e ele disse: “praticamente ela não tem liberdade de circulação, são indicadas pessoas para lhe seguir por onde ela vai e, não sei qual é o objectivo dessa perseguição”, questiona Leão.
O réu disse ainda que a mulher foi forçada a usar a camisola, mesmo não sendo fácil a sua introdução. “Apesar de o juiz ter dado instruções para que cada réu usasse a sua camisola, a comandante do estabelecimento obrigada a ela a usa-la e, eu acho que isso é excesso”.
O juiz escutou atentamente a preocupação do réu e prometeu que o tribunal irá se inteirar do assunto.
Mas, o juiz Efigénio Baptista posicionou-se sobre o agalhado dos réus e disse: “Quando estiverem aqui no tribunal levem os vossos casacos. Quando sentirem frio usem os vossos casacos”, afirmou, reiterando que as calças devem ser somente de cor de laranja.