O réu António do Rosário, voltou a mencionar esta sexta-feira, no dia do seu interrogatório, o nome do antigo Ministro da Defesa Nacional, actual Presidente da República, Filipe Nyusi, desta vez, como tendo sido ele que recomendou a contratação de parte das dívidas ocultas no Credit Suisse.
Segundo o réu, foi Filipe Nyusi que sugeriu ao Ministro do Plano e Finanças, Manuel Chang, preso na África do Sul, que o Credit Suisse fosse a entidade financiadora do projecto da zona económica exclusiva.
Perante as afirmações do réu, o Ministério Público confrontou-o com informação constante nos autos que indica que foi Jena Bustane quem identificou três bancos como potenciais financiadores do projecto, incluindo a CreditSuisse.
O Ministério Público solicitando que o réu apresentasse provas que sustentam a sua alegacão.
Em resposta a esta solicitação, do Rosário afirmou que existe uma carta do Ministro da Defesa dirigida ao Ministro das Finanças, indicando que foi identificado a Credit Suice como entidade financiadora do projecto e que solicita a emissão de garantias “Eu estou a dizer aquilo que é do meu conhecimento e com base na documentação”, disse Rosário,
Mas o Ministério Público o confrontou novamente pelo facto de ter documentos que indicam que esta sugestão teria vindo da Privinvest, entidade que tinha responsabilidade de garantir que se efectivasse o projecto de protecção da zona económica exclusiva.
O grupo Privinvest é acusado pelo Ministério Público de ter mobilizado recursos junto do Credit Suisse e do russo BTV para pagamento de subornos com o dinheiro das dívidas ocultas, sob a capa de financiamento do projecto de protecçãoda costa moçambicana.
Os 19 réus em julgamento, são acusados pela justiça de se terem associado em quadrilha para delapidar o Estado moçambicano em 2,7 mil milhões de dólares (2,28 mil milhões de euros), valor apontado pela procuradoria e superior aos 2.2 milhões de dólares até agora conhecidos no caso, angariados junto de bancos internacionais através de garantias prestadas pelo Governo.