E Moçambique com 2.1 de pessoas que vivem com o vírus lança amanhã (01 de Dezembro), a campanha “Dezembro Vermelho” com o objectivo de proporcionar um mês de reflexão sobre a resposta ao HIV/SIDA.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (29 de Novembro) um novo tratamento para o HIV que reúne duas substâncias em único comprimido.
“A aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus que causa a sida, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais que não estavam disponíveis em um só comprimido. A possibilidade de doses únicas simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes”, afirmou a agência, em nota.
O novo medicamento é uma combinação das substâncias lamivudina e dolutegravir sódico. Ele poderá ser prescrito para o tratamento completo da infecção pelo vírus em adultos e adolescentes acima de 12 anos com pelo menos 40 kg.
Entretanto, o Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS) lança amanhã (01 de Dezembro), a campanha “Dezembro Vermelho” com o objectivo de proporcionar um mês de reflexão sobre a resposta ao HIV/SIDA no que diz respeito à prevenção, tratamento e mitigação da doença.
A iniciativa é lançada na província de Inhambane, no Dia Mundial de Luta contra a SIDA, que assinala os 40 anos da descoberta da doença, e deverá decorrer anualmente durante todo o mês de Dezembro, à semelhança das campanhas “Outubro Rosa”, contra o cancro da mama, e “Novembro Azul”, contra o cancro da próstata.
De acordo com o secretário-executivo do CNCS, Francisco Mbofana, a campanha tem como objectivo proporcionar mais tempo de reflexão em torno desta doença que afecta cerca de 2.1 milhões de moçambicanos.
Existe uma mobilização nacional a todos níveis e o dia 01 de Dezembro é o epicentro das actividades em prol da luta conta o HIV/SIDA, mas com a nova iniciativa pretende-se prolongar o per iodo de discussões sobre a doença.
“Queremos fazer deste o nosso período de reflexão por mais tempo. Durante o mês de Dezembro queremos amplificar e capitalizar o movimento de luta contra o SIDA promovendo varias acções em que vamos discutir alguns temas candentes associados a doença”, disse Mbofana.
Uma das actividades no âmbito da campanha visa promover o engajamento masculino da saúde, a violência baseada no género e a adesão e permanência no tratamento anti-retroviral, que cobre 1.6 milhão de pessoas, das 2.1 que vivem com o vírus causador da doença.
“iremos dar enfoque no homem porque eles usam pouco os serviços de saúde, tem maior tendência a abandonar o tratamento anti-retroviral. Se conseguirmos leva-lo as unidades sanitárias existe maior potencial de reduzir novas infecções e com isso ganha o indivíduo e a comunidade”, afirmou.
Sobre o tratamento, Mbofana, disse que no âmbito dos seminários virtuais que serão realizados durante o “Dezembro Vermelho”, este tema vai merecer grande atenção pois, pese embora, se tenha avançado muito em termos de adesão, o foco estará na consciencialização para que as pessoas mantenham-se no TARV para se poder atingir a supressão viral, ou seja, uma fase em que o vírus fica indetectável e, por consequência, reduz a capacidade dos indivíduos infectarem os outros.
Dados tornados públicos indicam que de 2010 a 2020, o número de novas infecções baixou de 150 mil para 98 mil e as mortes relacionadas à SIDA caíram de 65 mil para 38 mil.