Cabo Delgado: Incremento da força ruandesa não deve ser problematizado e nem é relevante o debate a nível do parlamento

O Presidente da República Filipe Nyusi, diz que o facto de não ter sido discutido pela Assembleia da República, o incremento da Força do Ruanda, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, não devia ser problematizado e não vê relevância nisso, tendo em conta os protocolos que o país tem com o Ruanda há quase 20 anos.

“Mesmo as mortes que estão a acontecer em Cabo Delgado não foram discutidas no parlamento. Para nós, esse assunto já está ultrapassado e foi explicado várias vezes que existem tratados internacionais e acordos com o Ruanda desde a década 2000”, repisou Filipe Nyusi, para quem esta questão não é colocada pelo mundo.

Explicou que ainda sobre esta questão, o país trabalha com a União Africana, com a SADC, mas também é um assunto do conhecimento das Nações Unidas, incluindo a União Europeia que até apoiou a missão da SADC e o Ruanda. “Isso significa que para o mundo esse conflito não existe, é levantado por algumas pessoas que procuram problematizar”.

Filipe Nyusi acrescentou que os constitucionalistas e legalistas que trabalham com o Governo do dia, não estão a ver isso como problema. “Mesmo a presença da Missão Militar da SADC não foi discutida no parlamento, as pessoas estão mais preocupadas com a Ruanda e não sei porquê”, questionou.

Entretanto, a Missão da SADC deixa Cabo Delgado em Julho próximo e, o Ruanda prontificou-se a aumentar o seu contingente para apoiar o país a combater os terroristas que fustigam aquela região desde 2017. Contudo, o governo nega que este incremento esteja vinculado à saída da Missão Militar da SADC, mas sim, se fundamenta com base nas boas relações existentes entre os dois países.

O governo de Moçambique não explica os detalhes que estão a volta dessa decisão, alegando que são de âmbito estratégico. “Não vamos expor como é que nós vamos trabalhar, até porque algumas perguntas alimentam os terroristas”, disse o PR.

“Não vou responder perguntas como quando é que saiu a SAMIMO; como é que Moçambique vai ficar; com quem vai estar e em que posição estará tem respostas que alimentam os terroristas e não quero responder “, finalizou, o Presidente da República, que falava a partir dos Estados Unidos.