Horácio João
O Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, assegurou que o recente ataque terrorista a Ilha das Quirimbas no distrito de Quissanga, Cabo Delgado, será severamente vingada. Num vídeo posto a circular terça-feira, nas redes sociais, Rafael, aparece pela primeira vez, numa cerimónia que se destinava, a apresentação às famílias, das campas dos comandantes que tombaram no teatro militar.
“Estamos aqui hoje, dia 25 de Março de 2024, para junto dos colegas e, sobretudo familiares apresentarmos as campas onde repousam os restos mortais dos nossos colegas, sacrificados no período entre dois e seis de Março de 2024, na Ilha das Quirimbas, no distrito do Ibo, na província de Cabo Delgado”.
Os terroristas invadiram o distrito de Quissanga entre os dias 3 e 6 de Março corrente, numa incursão que resultou na morte do comandante da companhia e do comandante Distrital de Quissanga. “No dia dois de Março, os terroristas irromperam a sede do distrito de Quissanga, e nessa incursão irromperam igualmente a Ilha das Querimbas e foi lá onde os colegas, no cumprimento da sua missão de defesa da Pátria, encontraram esta morte bárbara”.
Nesse ataque, os terroristas saquearam vários produtos, incendiaram a viatura do administrador distrital e levaram a ambulância dos Serviços Distritais de Saúde com quem circulavam com ela na vila e aldeias. O Comandante-geral da PRM classificou o acto como um verdadeiro crime hediondo contra os agentes, em Quissanga.
Na ocasião, o Comandante-geral garantiu que a PRM vai lutar até encontrar o último autor destes crimes contra aqueles que ele considera serem “os fazedores da riqueza da República de Moçambique e defensores da Pátria.”
Bernardino Rafael contou ainda como foram os últimos momentos de vida dos dois comandantes que perderam a vida no ataque. “Disseram que estavam cercados e que a única alternativa que tinham era beber água da chuva”, lamentou o comandante.
O Comandante lembrou que, comunicava-se telefonicamente com os referidos comandantes que tombaram neste teatro militar, nomeadamente o Comandante da companhia e o Comandante Distrital de Quissanga. “A última vez que falamos com o Comandante distrital de Quissanga explicou-nos que estavam de baixo da chuva e completamente cercados pelos terroristas”, disse salientando que a resposta foi encorajamento no sentido de resistirem até às últimas consequências.
Segundo Bernardino Rafael, “temos que procurar respostas para aqueles que cometeram este crime, custe o que custar, porque nós estamos na razão de defender Moçambique e os moçambicanos.”