O antigo director de Estudos e Projectos dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), Cipriano Mutota escapou da condenação pela prática do crime de peculato, o mais grave e mais temido por todos os réus, por ter conseguido ocultar e dissimular a proveniência do valor.
Segundo o juiz, Efigénio Baptista, Mutota terá recebido 980 mil dólares sem deixar rastos que o liguem ao grupo Privinvest e a Jean Boustany. Parte do valor recebido por este réu veio na forma de camiões e outra por transferência bancária através de intermediários.
Mutota foi-lhe aplicada pena pela prática dos crimes de branqueamento de capitais, associação para delinquir e falsificação de documentos.
Cipriano Mutota é o único réu preso deste processo que se encontra a aguardar pelo veredicto na Cadeia Central de Maputo, quando todos os outros estão na Cadeia Preventiva da Matola, também conhecida por Língamo.
Entretanto, os 11 réus condenados hoje, deverão ressarcir o Estado em pouco mais de 2.9 biliões de dólares norte-americanos, conforme pedido feito pelo Ministério Público.
Assim, os réus António Carlos do Rosário, Gregório Leão e Ndambi Guebuza deverão devolver solidariamente o valor de 2.8 biliões de dólares pelos danos patrimoniais.
Teófilo Nhangumele e Bruno Langa deverão devolver 8.5 milhões de dólares cada, Cipriano Mutota, 980 mil dólares, Ângela Leão, 387 milhões de Meticais e Fabião Mabunda, 53 milhões de Meticais.
Na mesma decisão sobre o Processo Civil promovido pelo Ministério Público, Manuel Renato Matusse deve pagar 1.6 milhão de euros, Maria Inês, 877 mil euros e Sérgio Namburete, 127 mil dólares.