Esálcio Mahanjane, que inicialmente defendia somente Armando Ndambe Guebuza, aumentou o número de réus a defender para quatro, com o impedimento pelo Ministério Público, do advogado Alexandre Chivale de assistir o réu António Carlos do Rosário, no processo das dívidas ocultas por achar haver conflito de interesses.
Assim, Isálcio Mahanjane passa a defender também António Carlos do Rosário, Inês Moane e Elias Moane. Mahanjane é doutorando em Direito e é conhecido na praça moçambicana por ser profissional de convicções imbatíveis. O advogado já apareceu em público a reclamar a violação dos direitos do seu constituinte.
No total são 20 réus que estão pronunciados da autoria moral e material de 93 crimes, nomeadamente Bruno Tandane Langa (17 crimes), Armando Ndambi Guebuza (13), Teófilo Nhangumele (12), António Carlos do Rosário (8), Gregório Leão (6), Ângela Buque Leão (5), Maria Inês Moiane (5), Manuel Renato Matusse (4), Cipriano Mutota (4), Fabião Salvador Mabunda (3), Sidónio Sitoe (2), Khessaujee Pulchand (2), Simione Mahumane (2), Naimo Quimbine (2), Sérgio Namburete (2) e Elias Moiane (2), Crimildo Manjate (1), Mbanda Henning (1), Márcia Caifaz Namburete (1) e Zulficar Ahmad (1).
Os 20 réus respondem por vários crimes, nomeadamente associação para delinquir; peculato; chantagem; falsificação de outros documentos; uso de documento falso; posse de armas proibidas; branqueamento de capitais, tráfico de influências; abuso de cargo ou função e violação de regras de gestão.
Cinco destes co-réus saíram em liberdade sob Termo de Identidade e Residência (TIR) por decisão dos Juízes da Secção Criminal do Tribunal Supremo. Outro grupo saiu mediante pagamento de caução, mantendo-se na prisão os considerados cabecilhas da fraude, designadamente, Bruno Langa, Ndambi Guebuza, Gregório Leão, Ângela Leão, Cipriano Mutota, Teófilo Nhangumele e António do Rosário.
Esálcio novo mandatário do réu António do Rosário, pediu cinco dias ao Tribunal para poder se familiarizar deste processo tendo em conta a sua complexidade. Deste modo, o julgamento foi adiado por cinco dias.
Na ocasião, o juiz do caso das dívidas ocultas, Efigénio Baptista, esclareceu que a expulsão do advogado Alexandre Chivale não só aconteceu por o mesmo ter sido declarado colaborador do SISE, mas também por dirigir uma empresa que foi declarada como tendo sido usada para lavagem de dinheiro das dívidas ocultas.