Horácio João
Pelo menos 230 profissionais do Serviço Nacional de Saúde afectos no Hospital Central da Beira, província de Sofala, foram infectados pela conjuntivite hemorrágica cujo índice de propagação condiciona o atendimento no Serviço de Oftalmologia.
De acordo com a directora-clínica daquela maior unidade sanitária da zona centro do país, Ana Tambo, a doença alcançou, por conseguinte, níveis bastantes preocupantes, com três casos graves que resultaram no internamento dos respectivos doentes que, entretanto, não correm o perigo de vida.
A clínica, indicou que a automedicação e mitos no recurso à urina ou plantas medicinais é a principal causa da gravidade desta doença que, conforme descreveu, pode ser curada sem uso de medicamentos.
Desde o dia 28 de Fevereiro deste ano, altura em que foi registado o primeiro caso, o Hospital Central da Beira notificou mais de 2800 casos deste tipo de enfermidade.
Para isso, as autoridades sanitárias apelam a comunidade no sentido de observar escrupulosamente todas as medidas de prevenção, através da higiene individual, sobretudo a lavagem frequente da cara com água e sabão.
A fonte sustenta ainda que o número de pacientes que buscam pelo tratamento neste hospital tende a crescer, sendo que com a contaminação de cerca de 230 profissionais de saúde, o número do efectivo para o atendimento reduziu, com especial enfoque no sector da oftalmologia, o que coloca em causa a prestação dos serviços.
Sete províncias do país enfrentam o surto de conjuntivite hemorrágica com cerca de.17 mil pessoas contaminadas. Maior destaque vai para o Estabelecimento Penitenciário do Norte, em Nampula, seguido da província de Sofala e Cadeia Central do Maputo, com mais de três mil casos cumulativos.