Ministro da Defesa Nacional confirma nova onda de ataques terroristas em Cabo Delgado

Apesar das Forças de Defesa e Segurança terem confirmado a desativação de toda as bases inimigas, o grupo armado (terroristas), continua a resistir em Cabo Delgado, norte de Moçambique, confirmou ontem, 20 de Fevereiro, o Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume.

Chume que trabalhou no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, disse em declarações à imprensa nacional  estrangeira que “os terroristas continuam a atacar e a matar populações, a queimar viaturas e por vezes até tem tido a iniciativa de atacar as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e as Forças Parceiras”.

O Ministro esteve em Muidumbe, numa visita de trabalho, ocasião que serviu para apelar às populações a não regressarem às suas zonas de origem sem a autorização do governo. “Não queremos euforia, não queremos dizer as populações para voltarem às suas aldeias de qualquer maneira. Continuamos a dizer que só podem regressar para onde nós recomendarmos porque temos a garantia de segurança”, disse Chume, salientando que onde não for recomendado pelo Governo, significa que ainda representa perigo.

Entretanto, a União Africana (UA) quer mobilizar a comunidade internacional para apoiar as forças que combatem o terrorismo em Cabo Delgado. A informação foi avançada ontem (20 de Fevereiro), em Addi Abeba, capital da Etiópia, pelo comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Bankole Adeyoe à margem da 36.ª conferência dos chefes de Estado e de Governo da UA, que terminou ontem.

“Estamos satisfeitos e orgulhosos com a Missão Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla inglesa) em Cabo Delgado. Estamos também a mobilizar a comunidade internacional”, referiu Bankole Adeyoe em conferência de imprensa.

“Quero assegurar que a comissão já mobilizou recursos para suportar o secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, disse, para depois fazer referência ao mecanismo de apoio da União Europeia (UE) com a UA, o qual deverá abrir portas para “mais auxílio para Moçambique, particularmente para capacitar as forças de segurança a combater efetivamente o terrorismo”.

Disse que a assembleia reiterou o seu compromisso com a paz em todo o continente e vai mobilizar a comunidade internacional, como as Nações Unidas e parceiros de desenvolvimento, para apoiarem esta força de restabelecimento de paz em Cabo Delgado.

Aquele responsável destacou a importância de haver união face a um inimigo global e reafirmou que esta é a primeira vez que a região da SADC vive uma situação” de insegurança devido ao extremismo.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o conflito já fez um milhão de deslocados, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.