Moçambique defende mais dois assentos no Conselho de Segurança

0 Embaixador de Moçambique junto das Nações Unidas, Pedro Comissário, reiterou , ontem (01 de Fevereiro), em Nova Iork, que durante a sua presidência mensal Moçambique  vai prestar maior atenção à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) para refletir as preocupações africanas, região que para o país, sofreu uma injustiça histórica.
O embaixador falava durante a sessão de apresentação de agenda para o mês de Março, em que o país preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Pedro Comissário defendeu que o Conselho de Segurança com cinco membros permanentes, nomeadamente: Estados Unidos da América, França, Reino Unido, Rússia e China devia ser alargado para sete membros. “África mereceria dois assentos permanentes no Conselho de Segurança e cinco não-permanentes” defendeu o embaixador de Moçambique junto das Nações Unidas.
No entanto, reconheceu que este é um assunto complexo pois trata-se de introduzir reformas no órgão. Por isso, entende que não se pode apenas dizer que se aceita um assento para África e o problema estar resolvido. “A Ásia também aparecerá para dizer que quer um assento permanente, a América Latina aparecerá para dizer que precisa de um assento permanente. Outros países na Europa farão o mesmo”, disse assegurando que, contudo, Moçambique vai lutar por reformas no órgão.
O debate sobre a necessidade de reformas no Conselho de Segurança tem “barba branca”, mas nunca avançou por falta de consenso. Países como Índia, na Ásia, África do Sul, no continente africano e Brasil vêm manifestando a intenção de fazer parte do órgão mais poderoso do mundo.  África é o único continente sem um país como membro permanente no Conselho de Segurança.
Segundo o embaixador, apesar de admitir que há expectativas que vão além do que é possível fazer, o povo moçambicano apoia e está bem interessado na participação do país no Conselho de Segurança.
Conflito Rússia-Ucrânia
Apesar da pressão que alguns estados têm exercido sobre Moçambique para mudar a sua posição de neutralidade em relação ao conflito Rússia-Ucrânia, o embaixador reafirmou que o país é pelo diálogo e cultura de paz.
Desde a sua independência ,em Junho de 1975,  Moçambique se pautou por uma postura de não alinhamento. A sua Constituição da República estipula que a política externa do país visa manter as amizades que foram conquistadas ao longo das suas, quase, cinco décadas de existência e alastrar os seus horizontes na busca de novas amizades.
Sobre o conflito entre Israel e Palestina, Pedro Comissário disse que a posição de Moçambique é de que “deve haver dois Estados: o da Palestina e o de Israel a viver em harmonia, lado a lado” afirmou para depois acrescentar que Moçambique tem encorajado essa abordagem.
Entretanto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, presidirá ao debate de alto nível subordinado ao tema: “Combater o terrorismo e prevenir o extremismo violento através do fortalecimento da cooperação entre a ONU e organizações regionais”, agendado para dia 28 de Março.
Agenda apresentada por Moçambique para o mês de Março
Entretanto, na sessão de ontem, que tinha como objectivo a apresentação da agenda de trabalho para o mês de Março, Moçambique apresentou vários pontos com destaque para o combate ao terrorismo e a prevenção do extremismo violento que terão atenção especial durante a sua presidência mensal.
Para o efeito, Pedro Comissário anunciou que o tema sobre o terrorismo será um dos  principais eventos da sua presidência juntamente com um debate sobre “Mulheres, Paz e Segurança”, marcado para 07 de março a ser presidido pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.
Dentre várias acções, Moçambique agendou uma reunião sobre a reforma do setor de segurança que contará com representantes do Secretariado da ONU, da União Africana e da sociedade civil. É objetivo deste encontro, levar ao Conselho de Segurança atualizações sobre os esforços do secretário-geral para a reforma do setor de segurança.

Joana Macie

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