Assinala-se hoje o Dia Mundial de Luta Contra a Malária, numa altura em que o Governo moçambicano fala de registo de algumas melhorias nos últimos anos, com a expansão e o fortalecimento das intervenções nas áreas preventivas e curativas. Neste momento, a prevalência da malaria reduziu em 7% ao passar de 39% em 2018 para 32% em 2022-23.
Num esforço de erradicar esta doença, o Governo, através do Programa Nacional de Controlo da Malária em Moçambique, pretende introduzir a nova vacina contra a malária no segundo semestre do presente ano, com o objetivo de imunizar cerca de 600 mil crianças.
Segundo uma nota conceptual do Ministério da Saúde, publicada hoje, não obstante a avanços registados, o desafio atual do país prende-se com a redução dos casos observados em 2023. Pois, de acordo com as estatísticas de Janeiro á Dezembro de 2023, foram registados no país cerca de 13.2 milhões de casos de malária contra 12.4 milhões notificados em igual período de 2022, representando um aumento em 7% de casos.
“Relativamente aos óbitos, notamos com satisfação uma redução de óbitos no país em 17% de Janeiro a Dezembro de 2023 quando comparado com igual período de 2022”, acrescenta a nota.
O Dia Mundial de Luta Contra a Malária (25 de Abril), foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2007, com o propósito de reconhecer o esforço global para o controlo efetivos da malária, uma doença infeciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo microrganismo Plasmodium.
O dia foi
Sobre a vacina, O diretor do Programa Nacional de Controlo da Malária em Moçambique, Baltazar Candrinho, disse em entrevista a Agência de Notícias Lusa, que a vacina, denominada R21/Matrix-M, é a segunda a ser introduzida no país para combater a malária em crianças e foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em outubro do ano passado.
Candrinho explicou que a introdução da vacina começará em pequena escala em uma província, expandindo-se para outras regiões no próximo ano. No momento, está em curso a capacitação dos recursos humanos para a administração da vacina, bem como a preparação das condições necessárias para o armazenamento adequado nas unidades de saúde.
O diretor afirmou que o governo moçambicano pretende iniciar a vacinação em todo o país até 2025, quando houver uma maior disponibilidade da vacina no mercado global.
Em África, onde quase meio milhão de crianças morrem anualmente devido à malária, a introdução desta nova vacina é esperada para beneficiar todas as crianças que vivem em áreas onde a doença representa um risco significativo para a saúde pública.
Foi Lema do Dia Mundial de Luta Contra a Malária de 2024: Promover o acesso aos serviços de saúde, equidade de gênero e direitos humanos para acabar com a Malária.
São objetivos das comemorações influenciar para que a malária permaneça no topo da agenda nacional e reforçar a responsabilidade individual e coletiva para o controlo e eliminação da doença; partilhar o estágio atual da luta contra a malária em Moçambique, progresso e desafios para o controlo da Malaria; lançar a campanha nacional de comunicação para prevenção e tratamento da malaria; divulgar a Estratégia Nacional de Comunicação para Malária 2023-2030; apresentar os resultados do trabalho dos embaixadores e campões na luta contra a malária e fortalecer a ligação entre o PNCM, parceiros e o sector privado.
A cerimónia central tive lugar na província de Maputo e foram dirigidas por Armindo Tiago, Ministro da Saúde e contou com a participação de membros do Governo, representantes dos parceiros de cooperação, sociedade civil e a população em geral.