A transportada Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) registou, nos últimos seis meses, pelo menos, três incidentes com as suas aeronaves, um dos quais relacionado com a delaminação de um vidro em pleno voo, mas o seu director-geral, João Pó Jorge, diz que não há falta de manutenção.
Pó Jorge, explica que “os quatro aviões que temos são todos alugados e o dono (dos mesmos) não permitiria outra manutenção que não a do mais alto rigor, porque vão ser devolvidos e estarão com outros operadores na Europa, Estados unidos e em África, e eles não querem que se comece a questionar o nível de manutenção que foi feito”.
A série de incidentes tem sido alvo de várias críticas de passageiros num mercado praticamente dominado pela LAM, pelo menos, nas rotas domésticas.
Em entrevsita à VOA, Pó Jorge reconhece que “qualquer incidente que haja põe em causa a imagem da empresa, e estamos a fazer um esforço maior que é partilhar a informação que temos com o nosso passageiro e depois com o público em geral, paralelamente aprendemos sempre com o que acontece”.
Estes incidentes ocorrem numa altura em que a LAM, segundo Pó Jorge, “carrega uma folha de balanço extremamente frágil, porque tem dívidas de há vários anos que foram resultado de aquisições e compromissos que foram feitas e que tem que ser cumpridos”.
Há registo de processos de corrupção relacionados com anteriores gestores da companhia. Pelo menos, um deles está relacionado com a aquisição de aeronaves.
Para que a companhia aérea de bandeira seja viável, Pó Jorge aponta um investimento na ordem dos 500 milhões de dólares, algo que ainda não foi aprovado pelo maior acionista que é o Estado moçambicano.
“Se nós quisermos ter mais dez aviões do repente num prazo de quatro a cinco anos estamos a falar de entre 500 a 700 milhões de dólares se tudo for investido, mas vamos ter uma combinação entre metade do investimento e unidades alugadas”, comentou.
Sobre a resposta do IGEPE a essa necessidade de investimento para o desgaste da empresa, o director geral da LAM disse que há indicação positiva, “o Governo/Estado é o sócio maioritário e o facto de o IGEPE trabalhar connosco nesta reestruturação.