O padre português, Arsénio Isidoro responsável por seis Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), nas zonas de Odivelas e de Loures, Lisboa, em Portugal, mas também em São Tomé e Príncipe, desviou quase 800 mil euros destinados a apoiar os necessitados.
O desvio fez com que idosos e órfãos ficassem sem nada, funcionários foram despedidos e serviços de apoio aos mais necessitados foram fechados para que o padre Arsénio Isidoro e a amante Ana Cristina Gabriel alimentassem a vida de luxo. Viagens, um Porsche Panamera de 167 mil euros, um barco, uma vivenda em Peniche, mariscadas e uma lista infindável de despesas pagas com dinheiro que seria destinado a apoiar os mais pobres são agora base da acusação do Ministério Público (MP). Ambos os arguidos respondem por abuso de confiança e branqueamento de capitais.
De acordo com o documento do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, o padre Arsénio começou, em 2007, a assumir a presidência de várias IPSS nos arredores de Lisboa e em todas colocou Ana Cristina Gabriel com as funções de tesoureira ou administrativa, o que permitia o controlo total das contas bancárias. O esquema durou até 2016, quando o padre Arsénio foi detido pela Polícia Judiciária.
Segundo o MP, a entrada para o Porsche Panamera, no valor de dez mil euros, foi paga com um cheque do Instituto de Beneficência Maria da Conceição Ferreira Pimentel (Sãozinha). As prestações, de quase mil euros cada, foram pagas pelas outras IPSS que o padre dirigia. O carro de luxo, avaliado em 167 mil euros, acabou por ser vendido por 50 mil em 2014. Esta viatura chegou a ser usada pelos dois arguidos quando escolhiam um terreno na zona de Peniche, que acabaram por comprar e onde iniciaram a construção de uma casa com piscina, tudo à custas das mesmas IPSS. Mas o rol de despesas sem fundamentação chega a elencar um barco, que acabou ‘exportado’ para São Tomé e Príncipe, onde os arguidos passavam férias uma vez por ano.
Depois de ser constituído arguido, em 2016, o padre Arsénio afastou-se de todas as funções. Neste momento, não exerce nenhuma função pastoral.
Pároco e gestora escolhida por ele vão ser julgados por abuso de confiança e branqueamento de capitais que lesaram Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Fonte: Correio da Manhã -Portugal