Presidente do Senegal agradece o companheiro com o cargo de primeiro-ministro

É que foi Ousmane Sonko, de 49 anos que propôs a candidatura do atual Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, depois de ter sido excluído das presidenciais pelo governo anterior. A prisão de Sonko foi vista na altura como uma tentativa de silenciar as vozes da oposição, pelo então governo de Macky Sall.

O próprio Presidente Faye esteve preso. Ele beneficiou de uma amnistia que o tirou da prisão, onde cumpria uma pena de 11 meses e saiu a apenas 10 dias da votação.

“Ousmane Sonko é nomeado primeiro-ministro”, de acordo com o decreto lido pelo secretário-geral da Presidência da República senegalesa, Oumar Samba Bâ, na televisão estatal RTS, na terça-feira. “Aprecio a importância da confiança depositada em mim”, disse Sonko à RTS.

O novo primeiro-ministro do Senegal é um político e ex-inspetor fiscal. Sonko foi o candidato do PASTEF nas eleições presidenciais de 2019, ficando em terceiro lugar. Uma figura importante na oposição senegalesa contra o ex-presidente Macky Sall, a sua prisão e subsequente investigação pelas autoridades em 2019, na sequência de acusações de agressão sexual, desencadearam protestos em massa e tumultos em todo o Senegal.

Em junho de 2023, foi condenado a dois anos de prisão e, em julho de 2023, o seu partido PASTEF foi dissolvido pelo governo senegalês. Sonko, que propôs a candidatura de Faye depois de a sua ter sido invalidada, anunciou que um novo governo será formado “nas próximas horas”.

Entretanto, Faye foi empossado como Presidente, numa cerimónia que contou com a presença de outros líderes da região, e na qual jurou “cumprir fielmente” as funções e “observar escrupulosamente as disposições da Constituição e das leis”, bem como “defender as instituições, a integridade do território e a independência” do país.

Bassirou Diomaye Faye é o quinto Presidente do Senegal desde que o país se tornou independente de França em 1960, substituindo no cargo Macky Sall, que completou o segundo e último mandato permitido pela Constituição.

A transferência de poder entre Sall e Faye em resultado de eleições é a terceira na história do Senegal e marca o fim de um braço de ferro de três anos entre o chefe de Estado cessante e a dupla vencedora das presidenciais de 24 de março: Faye e Sonko.