Regresso triunfal da maior draga oceânica do país representa grande satisfação da EMODRAGA

Horácio João

A maior draga oceânica do país, batizada com o nome de Macuti, atracou na tarde desta segunda-feira no Porto da Beira, província de Sofala, depois de ser completamente reabilitada durante sete anos, concretamente no Porto de Durban, na República da África do Sul (RSA).

O regresso triunfal desta moderna embarcação, com 2500 metros de porão, representa motivo de maior satisfação ao nível da Empresa Moçambicana de Dragagem (EMODRAGA), devendo contribuir na multiplicação da atual produção de cerca de 250 mil metros de sedimentos.

Por isso mesmo, reina muita expectativa no seio daquele sector tutelado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, sobretudo na garantia da segurança marítima na navegação de navios nos recintos portuários, principalmente no período noturno.

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMODRAGA, Domingos Bié, foi ainda mais longe ao sustentar que a draga Macuti, que voltou em estado quase novo, na sua plena operação pode atingir sozinha 80 por cento da capacidade de dragagem do canal de acesso ao Porto da Beira.

A referida embarcação beneficiou da renovação total do sistema de máquinas, casaria, superestrutura, entre outros trabalhos, num investimento que a nossa fonte não revelou, mas considerou de bastante avultado.

A draga Macuti embateu-se no canal de acesso ao Porto da Beira, em 2017, com um cargueiro que navegava com a bandeira de Panamá, tendo sido rebocada até ao Porto de Durban para a sua reabilitação completa.

Domingos Bié explicou igualmente que a longa demora de sua recuperação se deveu, fundamentalmente, ao litígio entre EMODRAGA e entidade seguradora daquela embarcação que, por questões técnicas, não se chegou a acordo das reais causas das suas avarias.

No que se refere aos prejuízos da inatividade de Macuti, o PCA da EMODRAGA avaliou de avultados, exemplificando que diariamente somam aproximadamente 30 mil dólares norte-americanos.

Neste momento, com a plena operação desta draga, a EMODRAGA já equaciona a possibilidade de investir no seu património, adquirindo outros equipamentos de trabalho, na esperança de que, em pouco período de tempo, Macuti possa produzir ganhos imensuráveis.

Ainda com o regresso desta embarcação vai permitir que as duas restantes dragas de menor dimensão, com mil metros de porão cada, nomeadamente Alcântara Santos e Aruângua, pertencentes à mesma instituição possam operar nos outros portos nacionais, designadamente Quelimane e Maputo na dragagem de manutenção.

Como se não bastasse, o gestor sublinhou que a então eclosão da pandemia do vírus de novo Coronavírus no planeta, em 2020, e a falta de principais materiais no mercado internacional, condicionou, em larga medida, este atraso nas obras de reabilitação náuticas.

Devido a prolongada ausência da Draga Macuti nas águas moçambicanas, a EMODRAGA teve mesmo que fretar da China a draga denominada Tong Tan, de 3500 metros cúbicos, para dragagem do Porto da Beira.