Renamo deplora má qualidade do ensino e propõe demissão da ministra

Jovens supostamente da Renamo manifestam contra ausência de Venâncio Mondlane no Conselho Nacional e são retirados a força, situação que gerou confusão.

No seu discurso de abertura da VI sessão ordinária do Conselho Nacional, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, optou por apresentar o rol dos problemas que afetam o país e sobejamente conhecidos, com destaque para a falta e má qualidade do livro escolar.

Como solução para este problema específico, o líder da Renamo propõe a demissão da ministra da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Carmelita Namaschulua. “Estranhamente, perante um escândalo que visa destruir uma geração, assistimos uma ministra de Educação e Desenvolvimento Humano, a manter-se no cargo perante um olhar indiferente do chefe do Governo e Presidente da República, Filipe Nyusi”, disse.

Segundo o líder da Renamo, de forma sistemática os livros escolares tornaram-se no epicentro dos escândalos nacionais, com conteúdos que visam escangalhar o sistema de ensino e aprendizagem, bem como atrofiar o conhecimento das crianças.

Ossufo Momade aponta ainda a má qualidade dos serviços de saúde, o elevado custo de vida, a falta de emprego e habitação, sobretudo, para os jovens e a ausência de políticas sectoriais.

A partidarização do Estado; a corrupção; os raptos; o clientelismo na construção de obras públicas são outros fatores que, segundo o líder da Renamo, impedem os moçambicanos de sonhar com um Moçambique próspero.

Entretanto, no momento da foto família, alguns jovens, supostamente da Renamo, manifestaram contra a ausência de Venâncio Mondlane no Conselho Nacional e os mesmos, acusavam Ossufo Momade de fomentar o nepotismo dentro do partido.

Esta situação gerou confusão, incluindo espancamento, no momento em que membros seniores da Renamo expulsavam os jovens do local, obrigando-os a tirar as camisetas que trajavam.

Naufrágio de Lunga

Sobre a tragédia, ocorrida no posto administrativo de Lunga, Ilha de Moçambique, que resultou em um total de 98 óbitos, sendo 32 do sexo masculino e 66 do sexo feminino, a Renamo considera que o naufrágio é reflexo de falta de condições mínimas e humanas de transporte das populações, para alem de significar total ausência do Estado e do Governo.

Momade destacou a necessidade de uma reflexão sobre a segurança marítima, diante da constatação de que a embarcação envolvida no acidente não estava destinada ao transporte de passageiros.

 

As vítimas estavam numa embarcação não autorizada para transportar passageiros, fugindo de um suposto surto de cólera no continente em direção à Ilha de Moçambique.

As autoridades marítimas moçambicanas afirmaram que a embarcação não possuía autorização para transporte de passageiros e não oferecia as condições adequadas para tal. O naufrágio aconteceu a cerca de cem metros da costa da ilha, causando uma das maiores tragédias marítimas recentes do país.