A MISSÃO da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM), deixa o país no dia 15 deste mês, depois de várias prorrogações. A saída da missão acontece numa altura em que se regista uma nova onda de ataques terroristas na zona norte de Cabo Delgado.
O término da missão teve lugar hoje, na província de Cabo Delgado, numa cerimónia dirigida pelo Ministério da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, que contou com a presença do Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi.
Esta missão foi destacada em Julho de 2021, na sequência da decisão da Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC, realizada em Maputo, em 23 de Junho de 2021.
Falando na ocasião, Cristóvão Chume destacou que durante o período da permanência da SAMIM em Moçambique foi possível destruir as bases dos terroristas, reduzir os ataques, retomar o normal funcionamento das instituições públicas e privadas, livre circulação de pessoas e bens, retoma gradual das populações às suas zonas de origem e melhoria significativa da situação de segurança de modo geral, entre outros resultados positivos.
“A Missão da SADC em Moçambique conferiu maior robustez à integração regional da SADC, particularmente, no âmbito da defesa e segurança, enriquecendo cada vez mais a história e o papel da nossa Organização regional. Reconhecemos que com a bravura dos soldados da SAMIM alcançamos progressos, que sozinhos não os teríamos obtidos, pelo menos no curto espaço de tempo”, assumiu o Ministro.
Entretanto, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, disse este ano, que as tropas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vão abandonar o país devido a limitações financeiras.
“A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós Moçambique também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário”, declarou Verónica Macamo.
A SAMIM é composta por vários países da África Austral, mas participaram na missão de Moçambique apenas quatro países, nomeadamente Letsoto, Botsana, África do Sul, e Tanzânia. A missão está no país desde Julho de 2021.
A cerimónia de despedida da SAMIM foi marcada pela entrega de dezenas de armas de fogo que foram apreendidas durante os combates enfrentados na zona norte de Cabo Delgado.
Há movimentações e ataques terroristas
O Ministro da defesa partilhou que a situação actual em alguns distritos da província de Cabo Delgado denota que há movimentações e ataques esporádicos dos terroristas, que criam sentimento de insegurança e instabilidade no seio da população.
A este respeito, Chume assegurou que as ações conjugadas no teatro de operações têm gerado enormes derrotas aos terroristas, incluindo número significativo de mortes no seu seio.
Paralelamente, o sector da defesa está a envidar esforços, a nível interno, para o reforço da capacidade combativas das Forças de Defesa e Segurança, na prossecução do combate ao terrorismo e na defesa da nossa soberania.
Está, igualmente, sendo implementado o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (PRCD) 2021-2024, que assenta na Assistência Humanitária, Recuperação de Infraestruturas e Actividade Económica e Financeira, visando o retorno à normalidade.