VÁRIAS pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em novos confrontos entre a Polícia e manifestantes no reino de Eswatini, informaram ontem activistas pró-democracia.
“40 manifestantes foram mortos a tiro em Manzini, a cerca de 40 quilómetros da capital, Mbabane”, disse o porta-voz da Rede de Solidariedade da Swazilânia, Lukcy Lukhele, citado pela agência France-Presse, acrescentando que 28 manifestantes foram atingidos por tiros.
O secretário-geral da Frente Democrática Unida da Swazilândia, Wandile Dludlu, que acusou o rei Mswati III de, na segunda-feira, ter “libertado soldados e polícias armados sobre civis desarmados”, disse que 18 pessoas foram baleadas.
Nenhum destes números foi confirmado pela Polícia.
Os protestos são raros em eSwatini, pequeno Estado na fronteira entre Moçambique e África do Sul, que até há poucos anos tinha o nome de Swazilândia. Os partidos políticos estão proibidos, mas nas últimas semanas irromperam protestos violentos em partes do território contra aquela que é a última monarquia absoluta de África.
O Governo anunciou, na terça-feira, a imposição de um recolher obrigatório e o encerramento das escolas, invocando o combate à pandemia de Covid-19.
Segundo Dludlu, as duas principais cidades do país – Manzini e Mbabane –, estão sob controlo militar, estando o acesso à Internet também limitado.
O primeiro-ministro interino, Temba Masuku, que substituiu Ambrose Dlamini falecido em Deembro devido à Covid-19, pediu calma, contenção e paz, tendo prometido que o executivo iria actualizar a nação sobre as intervenções face à situação actual.
Masuku negou também os rumores de que o rei Mswati III tenha fugido, apontando que o chefe de Estado está no país e continua a governar. (LUSA)