Cabo Delgado: UE estabelece ponte aérea humanitária

A UNIÃO Europeia (UE), vai estabelecer a partir dos próximos dias, uma ponte aérea de assistência humanitária às vítimas dos ataques terroristas, nas regiões norte e centro da província de Cabo Delgado, segundo anunciou ontem, na cidade de Pemba, o embaixador daquele bloco económico, em Maputo, António Sanchez.

Medida visa responder a necessidades humanitárias urgentes geradas pela crise de segurança em Cabo Delgado. União Europeia transferiu 15 milhões de euros em ajuda humanitária a Moçambique desde o início deste ano.

Falando ontem a jornalistas, no aeroporto de Pemba, Sanchez deu a conhecer que duas aeronaves, carregadas de diverso material médico e de prevenção contra a Covid-19, kits de abrigos entre outro, destinados especificamente a assistência humanitária, chegam a Cabo Delgado, a partir do próximo Sábado.

“Trata-se de uma ponte aérea de assistência humanitária à Cabo Delgado. Não posso quantificar os apoios, mas devo adiantar que se trata de material médico e de prevenção da Covid-19 e de outra espécie, doado por organizações de alguns Estados membros da UE, como Itália e Portugal, para minimizar o sofrimento das populações vítimas dos ataques terroristas, que há cerca três anos se fazem sentir em algumas regiões da província de Cabo Delgado”, explicou Sanchez.

Sanchez, que durante um dia e meio trabalhou em Cabo Delgado, disse ter conseguido consolidar o diálogo com as autoridades governamentais locais, nomeadamente Secretário de Estado e governador da província, fazer avaliação do ponto de situação das parceria entre as partes, no âmbito da crise humanitária, monitoria das diferentes intervenções das organizações de assistência humanitária, sociedade civil com apoio da UE.

Destacou que para além da intervenção de cariz humanitária, a  UE está a trabalhar com as autoridades moçambicanas, numa abordagem mais integral que compreende a elaboração de uma estratégia  de desenvolvimento, em coordenação com Agência de Desenvolvimento Integral do Norte (ADIN).

Aquele diplomata disse ainda que no âmbito de segurança e à luz dos entendimentos alcançados entre o governo de Moçambique e a UE, no combate ao terrorismo, inicia no último trimestre do ano em curso, o programa de formação das nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS).

Outros dois voos deverão sair de Brindisi rumo a Moçambique “nos próximos dias”, transportando “ajuda humanitária adicional”. Segundo a Comissão Europeia, a ponte aérea em questão foi organizada por Portugal e Itália.