Pelo menos, duas empresas subcontratadas pela Total para o seu projecto de gás natural liquefeito começaram a desmontar e remover a infraestrutura em Palma, o que para analistas é má notícia, porque Moçambique é visto como um país inseguro para o investimento.
A informação é avançada pela imprensa internacional, que dá conta de que a firma francesa TechniPFMC encarregou a empresa sul-africana, Bridge Maritime de desmontar e retirar o equipamento para as ilhas Mayotte, no oceano Indico.
O presidente da Associação Moçambicana de Economistas, Pedro Cossa, diz que este é um “sinal complicado para os moçambicanos, porque o ataque a Palma mina o ambiente de negócios em Cabo Delgado”.
Além da TechnipFMC, a Saipem, outra subcontratada da Total, estará também a retirar o seu equipamento da península de Afungi.
O analista João Feijó diz que perante a gravidade da ameaça, as companhias não tinham outras opções, acrescentando que “elas começam agora a equacionar os custos de manutenção que têm, e isso depois afecta todo o projecto, os empréstimos, os desembolsos e as receitas”.
Realçou que as empresas estarão também a equacionar que, “provavelmente, não será uma solução a curto prazo, tanto mais que a situação continua insegura à volta de Palma, porque desde o ataque de 24 de Março, a situação não estabilizou e continua insegura”.
A Total suspendeu as suas actividades em Afungi, na sequência do ataque jihadista de 24 de Março, e ainda não se sabe quando é que poderão ser retomadas.