O réu Gregório Leão, antigo director geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado, renovou hoje, em sede do tribunal, os votos de amor à sua esposa, Ângela Leão, também ré, ao afirmar que “amo a minha mulher, é a ela que eu escolhi e não quero mais ninguém”, e não vai ser isto que me vai perturbar.
Gregório Leão fez estas declarações depois que ficou a saber a partir do tribunal que a sua esposa havia comprado uma casa que custou 900 mil dólares. Tudo começou quando o réu foi solicitado pelo Ministério Público a debruçar-se sobre a casa do casal, supostamente comprada com o dinheiro das dívidas ocultas.
Em resposta a pergunta do Ministério Público, Leão disse que não sabia que a ré Ângela havia comprado a casa. Mas o Ministério Público confrontou o réu com a mensagem que a sua esposa enviou ao réu Sidónio Sitoe, o empreiteiro que lhe vendeu o imóvel : “Sidónio, ontem voltamos a ficar sem água no lavatório da cozinha. A minha casa de banho está a verte água. Melhor acabar de uma vez com estes problemas. O meu marido agora pergunta-me se esta casa vale mesmo 900 mil dólares americanos. Sidónio, parece que roubei dinheiro. As boias não funcionam. Os teus homens também não funcionam, estamos a passar mal. Já está em causa a tua seriedade e não está a ficar bem. Cada dia é um problema novo. Até agora estamos as escuras na zona da piscina por indisponibilidade dos seus homens. Definitivamente esta casa não vale 900 mil dólares. Para evitar problemas era melhor que concertássemos a casa com qualidade. Agradeço a compreensão”.
Novamente o réu respondeu que não que a esposa havia comprado a casa, “mas lembro-me que vivemos lá durante três meses e nessa altura ela colocou-me a hipótese de comprar a casa e passarmos a viver lá”.
Gregório Leão disse que mesmo assim não iria considerar que a esposa mentiu para ele, e se mentiu foi por algum propósito, “reitero que isso não vai me abalar porque eu confio nela, eu amo a minha mulher, é a ela que eu escolhi e não quero mais ninguém, quero a ela e não vai ser isto que me vai perturbar, porque ela sempre teve seus negócios”, disse Leão reiterando a sua confiança pela esposa.
O réu salientou que a sua esposa é uma mulher muito empreendedora, batalhadora e com ideias muito inovadoras. “Portanto, é uma vida privada nossa e não sei o que significa quando a nossa vida privada é exposta aqui no tribunal”.
O juiz, interrompeu o réu para explicar que o tribunal não estava a tratar a sua vida privada e disse mais. “O tribunal e o Ministério público tem emails privados de quase todos os réus, porque foram apreendidos telefones e computadores, “mas aqui não estamos a tratar desses assuntos e não andamos a ler SMS da vida privada das pessoas”.
A questão que se coloca é que a sua mulher comprou um imóvel de 900 mil dólares norte americanos e, nos termos de acusação ela recebia dinheiro da privinvest através do senhor Salvador Mabunda e comprava imoveis que beneficiavam tanto a ela como a sua família.