Lutero Simango eleito presidente do MDM

José Domingos, adversário directo do irmão do antigo presidente do partido, abandonou a corrida, à última hora, alegando falta de transparência. Lutero Simango deve ser investido ainda hoje no cargo de presidente do MDM e proferir o discurso de ocasião.

LUTERO Simango foi ontem eleito o novo presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) com 452 votos equivalentes a 87.9 por cento. A eleição realizou-se na sequência do falecimento de Daviz Simango em Fevereiro deste ano na vizinha África do Sul. O MDM é a terceira maior força política no país.

Quase 100 congressistas não votaram e houve 9 votos nulos, de um total de 600 participantes.
Na segunda posição ficou Silvério Ronguane com 51 votos correspondentes a 9.9 por cento enquanto José Domingos renunciou à sua candidatura à presidência do partido e abandonou o local do evento queixando-se da má actuação do protocolo que, nas suas palavras, estava empenhado em favorecer um dos candidatos.

A comissão eleitoral apurou ainda nove votos nulos e dois em branco, num processo que contou com a presença de 529 congressistas.  

Na sua primeira intervenção como presidente do MDM, Lutero Simango agradeceu aos congressistas pela confiança depositada para dirigir o partido nos próximos tempos.

Simango jurou servir e desempenhar com zelo e dedicação o cargo de presidente do Movimento Democrático de Moçambique, respeitar, cumprir os estatutos, regulamentos internos, programa e normas do partido, inspirado nos ideais de Daviz Simango, seu irmão mais novo, que perdeu a vida no inicio deste ano.

Lutero Simango manifestou ainda o seu orgulho e reconhecimento aos seus dois correligionários, José Domingos e Silvério Ronguane que, ao longo dos últimos dias, trabalharam em diferentes níveis dentro do partido com vista a conquistar o apoio dos membros.

Entretanto, estiveram reunidos na manhã de hoje, algures na cidade da Beira, alguns membros seniores do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), apoiantes de José Manuel Domingos,alegadamente para delinear estratégias face aos últimos desenvolvimentos desta madrugada que culminaram com a eleição de Lutero Simango.
Ainda não está nada definido, mas segundo fontes locais, não está posta de lado a possibilidade de impugnação dos resultados eleitorais desta madrugada, devido a suspeitas de manipulação de todo o processo.
De lembrar que, na sua primeira reação após ter renunciado a candidatura e abandonado a sala do Congresso com os seus apoiantes, José Manuel Domingos, que hoje pode ser substituído do cargo de secretário-geral, queixou-se da actuação da Comissão de Candidaturas e de um protocolo que de forma aberta favorecia um dos candidatos.