O juiz Efigénio Baptista, que julga o caso das dívidas ocultas, revelou hoje (30 de Setembro), na tenda da Cadeia da Máxima Segurança, em Maputo, não haver nenhum indício de que o actual Presidente da República, Filipe Nyusi, tenha recebido dinheiro do grupo Privinvest, no quadro do projecto de Protecção da Zona Económica Exclusiva de Moçambique.
O juiz disse também que nas contas rastreadas do antigo Presidente da República, Armando Guebuza, da sua esposa , Maria da Luz Guebuza, dos seus filhos, com a excepção de Armando Ndambe Guebuza, não há igualmente indício de terem recebido dinheiro da Privinvest.
A revelação bombástica do juiz foi feita após uma pergunta do réu Gregório leão, alegando haver pessoas em falta no julgamento. Aliás, o réu, por várias vezes manifestou directa e indirectamente a necessidade de ver o Presidente da República, Filipe Nyusi, no banco dos réus.
“Nos autos tem rastreio de contas de toda a família Guebuza, os seus advogados podem confirmar isso. Desde a mulher dele, Maria da Luz Guebuza, todos os filhos nomeadamente a falecida Valentina Guebuza, Mussumbuluco Guebuza e Armando Ndambe Guebuza”, disse Baptista, que acrescentou que o rastreio foi feito tanto nas contas pessoais como nas das empresa e nenhuma transferência do grupo privinvest foi encontrada.
O juiz explicou que não se escolheu o réu Armando Ndambe Guebuza, assim como a ré Ângela Leão para estarem no banco dos réus.
Efigénio Baptista foi mais longe, ao explicar que o mesmo exercício foi feito também nas contas do Presidente Nyusi e não foi encontrada nenhuma transferência de dinheiro do grupo Privinvest.
“Não temos nada que indica que o Presidente Nyusi recebeu nas suas contas o dinheiro do grupo Privinvest. Se alguém tem alguma informação de que o Presidente Nyusi recebeu dinheiros das dívidas ocultas, que vá entregar essa informação na PGR e diga claramente que o Presidente Filipe Nyusi recebeu dinheiro da Privinvest com as respectivas provas”, reiterou o juiz Efigénio Baptista, no final do dia de hoje, terceiro do julgamento do réu.
Baptista esclareceu ainda que uma das razões para que o Gregório Leão sente no banco dos réus é o facto de haver provas de que a sua esposa, Ângela Leão, adquiriu bens com o dinheiro Do grupo Privinvest, mesmo não tendo nenhuma ligação com esta entidade.
O interrogatório de Gregório Leão, continua a decorrer na tenda da Cadeia de Máxima Segurança, vulgo B.O, na Matola.