A Tanzânia não tenciona enviar tropas a Moçambique para conter os ataques terroristas na província de Cabo Delgado, na região norte.
Ao invés, o governo da Tanzânia enfatiza a necessidade de negociações como forma de promover a paz e tranquilidade em Moçambique, apelando à comunidade internacional para que ajude o país com o envio de ajuda para o desenvolvimento.
O anúncio foi feito, quarta-feira, pela ministra tanzaniana dos Negócios Estrangeiros, Liberata Mulamula, na abertura de um debate de duas semanas sobre estratégias para conter o terrorismo em Cabo Delgado, coordenado pelo Centro de Política Internacional (CIP), em Dar-es-Salam.
Isso aconteceu depois que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ter enviado uma equipe técnica para verificar os factos no terreno e produzir um relatório para submeter a Cimeira de Chefes de Estado desta organização regional sobre o caminho a seguir.
A equipa técnica recomendou criação de uma força de intervenção com 3.000 homens, incluindo meios terrestres, aéreos e navais para ajudar a conter o terrorismo.
A decisão de intervir militarmente é um claro indicador de que o terrorismo, que eclodiu em Outubro de 2017, há muito ultrapassou a fase em que pode ser considerado como um problema puramente doméstico a ser tratado por Moçambique como um Estado soberano.
Segundo a ministra, citada pelo jornal “The Citezen”, a Tanzânia não tem planos porque não sabe com quem lutar, em vez disso, irá garantir a sua participação através de negociações para travar o terrorismo e a criminalidade em Moçambique.
A ministra disse ainda que a Tanzânia continuará a cooperar com Moçambique para discutir as melhores formas de manter a paz e segurança.
Disse que Cabo Delgado faz fronteira entre a Tanzânia e Moçambique onde se encontram as regiões de Mtwara e Ruvuma, pelo que o caos ameaça a tranquilidade nas regiões fronteiriças e é por isso que os dois países se devem unir para encontrar uma solução conjunta.
“A Tanzânia, como de costume, quando o país vizinho não está em paz, não dormimos, por isso estamos na mesma linha para ajudar com outros países da SADC na luta contra o terrorismo,” disse ela.
(AIM)