O anúncio de uma disponibilidade de USD 40 mil milhões directos, para a promoção de igualdade de género em todos os país do mundo é um dos resultados mais directos do Fórum Geração de Igualdade, que termina hoje, em Paris capital francesa, no qual o Presidente da República, Filipe Nyusi, foi representado pela Ministra do Género, Criança e Acção Social, Nyeleti Mondlane.
O Fórum de Paris reuniu chefes de Estado e de Governo, organizações feministas, jovens e activistas de vários sectores, e foi co-organizado por França e México, em Paris, num formato híbrido (presencial e virtual), de 30 de Junho a 2 de Julho).
Entre os participantes destaca-se igualmente a antiga secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ao lado de Melinda Gates, da Fundação Bill & Melinda Gates.
Discursando na abertura do Fórum, o Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, descreveu o evento como uma oportunidade de união em torno de uma luta fundamental, tanto para homens como para mulheres.
Para Guterres, a igualdade de género é essencialmente uma questão de poder, num mundo que ainda amplamente dominado pelos homens, com uma cultura ainda largamente patriarcal.
António Guterres aposta em movimentos populares e novas alianças, além de mais recursos para reequilibrar as relações de poder no mundo com cinco prioridades, nomeadamente a igualdade de direitos, a paridade, o equilíbrio económico, o combate à violência contra mulheres e raparigas e o diálogo entre gerações.
O Secretário-Geral da ONU observa que o mundo vive numa sociedade cada vez mais digital com uma economia digital e aponta como grande perigo para a igualdade de género, a prevalência de “uma esmagadora maioria de homens em profissões tecnológicas”. O impacto desta presença maioritária masculina no sector é observado em softwares e algoritmos “tendenciosos contra as mulheres”.
Por sua vez, a directora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, lembra que as mulheres são um quarto de gestores parlamentares e participantes em negociações sobre o clima e a paz, concluindo que “um quarto não é suficiente” e “não é igualdade”. Para Phumzile Mlambo-Ngcuka, somente haverá equilíbrio quando houver metade dessa proporção, “onde homens e mulheres estejam juntos”. A chefe da ONU Mulheres revelou que que mais de USD 40 biliões serão dedicados a esta causa “não apenas para mulheres e meninas, mas para todos.”
Na perspectiva dos organizadores, o Fórum Geração de Igualdade representa uma oportunidade para reverter as desigualdades agravadas pela pandemia da COVID-19 e ajudar a acelerar as acções globais a favor da igualdade de género, da liderança e de oportunidades para mulheres e meninas em todo o mundo.
O evento é inspirado na Declaração e Plataforma de Acção de Beijing, adoptada em 1995 na IV Conferência Mundial sobre as Mulheres e encerra esta sexta-feira, em Paris.