O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo) e da União Africana comparou ontem os ataques terroristas no norte de Moçambique a um cancro que tem de ser parado, sob pena de se espalhar pelo continente.
“O problema em Moçambique é semelhante ao do Leste do meu país, são grupos terroristas islâmicos que juraram fidelidade ao Daesh e não se trata de um problema que afecte apenas um país, e o risco é que este cancro se propague a toda a região, a todo o continente”, disse Félix Tshisekedi, em entrevista à Euronews.
“Temos de combatê-lo agora”, vincou o governante da RDCongo, acrescentando: “Não podemos esperar, o que se está a passar em Moçambique atrai realmente a nossa atenção, porque é exactamente o mesmo fenómeno que estamos a viver no meu país”.
Questionado sobre a melhor linha de actuação para combater os ataques, Félix Tshisekedi defendeu que “o que é necessário fazer, tendo em conta que estas regiões são potencialmente ricas em minerais e outros recursos, é cortar o acesso a esse abastecimento, porque é isso que alimenta as suas actividades”.
Para o Chefe de Estado da República Democrática do Congo, é preciso “trabalhar de forma rápida, eficiente e em conjunto”.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo “jihadista” Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
A incursão contra Palma, em Março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado. Lusa