Lúpus Eritematoso Sistémico (LES)

Lúpus é uma doença crónica, autoimune, de causa desconhecida e que pode afectar qualquer órgão do corpo, desde o sistema nervoso, os olhos, o sistema gastrointestinal, o coração, os pulmões, os rins, o sistema reprodutivo, os ossos, a pele e até o sangue.

Seu nome científico é “Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)”. A doença é pouco conhecida, mas é grave e uma das principais causas de morte do serviço de Reumatologia do Hospital Central de Maputo (HCM).

Segundo a médica Internista e Reumatologista do HCM, Elisa Palalane, “doença auto-imune” significa que é o sistema de defesa do organismo que devia protegê-lo, mas ataca o próprio corpo.

 

Causa do Lúpus

Não se sabe ao certo sua causa, mas estudos científicos de todo o mundo apontam que doenças conhecidas como autoimunes, o que inclui o lúpus, podem ser ocasionadas por alguns fatores, como hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais

Algumas situações podem desencadeá-lo, como a exposição à luz do sol que, de forma inadequada e em horários inapropriados, pode iniciar ou agravar uma inflamação preexistente ou uma infecção, que pode iniciar ou causar uma recaída em quem já tem a doença, gerando um quadro leve ou até mesmo mais grave, conforme cada situação. Além disso, o lúpus pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões ou para pressão alta.

Manifestações do Lúpus

Pode se manifestar de diferentes formas, dependendo do órgão que acomete:

Na pele: sensibilidade ao sol em áreas expostas como face, colo e braços;
Queda dos pêlos – ou dos cabelos, no caso do couro cabeludo;
Dores nas articulações;
Perda de apetite e de peso;

Quando atinge órgãos internos: dor ou dificuldade para respirar, redução do funcionamento dos rins, desmaios, convulsões e tromboses.

 

Prevenção

Como ela ocorre por predisposição genética, não existem ações que podem prevenir o seu desenvolvimento. O diagnóstico precoce é o que mais pode ajudar a minimizar sua propagação e sintomas. No entanto, existem algumas medidas que podem ser tomadas para proteção do paciente já acometido.

Proteger-se contra o sol – o contato com ele pode levar à atividade da doença;

Tabagismo – além de aumentar seu desenvolvimento, o cigarro pode diminuir a eficácia dos tratamentos;
Gravidez – gestantes podem ter sintomas agravados ou até mesmo aborto.

 

Lúpus Em Moçambique 

A doença afecta pouco mais de cinco milhões de mulheres no mundo e em Moçambique, só este ano, pelo menos cinco mulheres perderam a vida, vítimas dessa doença, no Hospital Central de Maputo, numa altura em que o país enfrenta dificuldades para confirmar o diagnóstico da doença no sector público, por isso não existe dados concretos sobre o número de pacientes com lúpus no país.

Entretanto, sem valores absolutos, os dados avançados indicam que, no HCM, 28% dos doentes da Consulta de Reumatologia têm lúpus e, em 2020, 50% dos doentes internados com patologia reumatológica no HCM padeciam da doença, sendo que 70% dos doentes de Reumatologia, que faleceram no ano passado, na maior unidade sanitária do país, tinham lúpus.

Um dos problema enfrentados pelos doentes com lúpus em Moçambique é a falta de medicamentos necessários para o tratamento da doença, no sector público, o que faz com que os doentes procurem pelos fármacos nas clínicas privadas do país ou mesmo na África do Sul.

“No sector público, não há medicação, tem havido no sector privado, mas são muito caros e são comprimidos que temos que tomar todos os dias. Por exemplo, a atropina tenho que tomar dois por dia e apanho nas clínicas privadas, tenho que gastar cinco mil meticais para adquirir 60 comprimidos, então prefiro comprar na África do Sul e gasto mensalmente pelo menos 25 mil meticais”, lamentou uma paciente.

Zebrando, visitou algumas farmácias da cidade de Maputo e não encontrou nenhum medicamento para lúpus, para alem de existir pouco conhecimento sobre a doença.

FONTE: EUROFARMA