Horácio João
Os bispos Católicos de Moçambique, propõem que o perfil dos candidatos para as eleições gerais de Outubro deste ano, deve ser de pessoas idóneas, com postura ética, conscientes de que governar é estar ao serviço do povo e da nação.
Os Bispos Católicos de Moçambique exortam aos órgãos eleitorais no sentido de levar a sério a expressão da vontade popular e evitar a manipulação e desinformação dos resultados nas urnas.
A revista ÁGORA, teve acesso a carta pastoral, divulgada nesta terça-feira sobre o processo de recenseamento eleitoral em curso desde Março passado até 28 de Abril corrente rumo às eleições gerais e multipartidárias do dia 9 de Outubro próximo no país, na qual avança igualmente a necessidade da preparação do eleitorado pelas organizações da sociedade civil.
A mesma carta convida os observadores eleitorais a dizer a verdade, enquanto os meios de comunicação social têm a missão de pautar pela objectividade e transparência. os clérigos se inspiraram mesmo no conceito bíblico de Salmo 106,3, citando que “Felizes os que observam os seus preceitos e fazem sempre o que é justo”.
Com vista a evitar que haja um elevado número de abstenções no dia da votação, os bispos apelam a todos moçambicanos a participar massivamente e de forma consciente nas várias etapas do processo eleitoral.
No documento em alusão, entretanto, os bispos saúdam a realização regular de eleições, em Moçambique, o que, para eles, possibilita a participação activa do povo na escolha dos seus dirigentes.
Porém, acreditam que as contínuas contestações e manifestações de repúdio dos resultados destes pleitos eleitorais, mostram claramente que a cultura da transparência e a adesão consciente ao processo democrático que respeita o adversário, a vontade do povo e os resultados divulgados pelas autoridades competentes, continuam sendo um sonho por construir.
O documento assinado por Dom Inácio Saure, Arcebispo de Nampula e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) recorda que o processo de recenseamento eleitoral em curso no país desempenha um papel crucial na garantia da integridade e transparência dos processos democráticos.
Por isso, os membros da Conferência Episcopal de Moçambique apelam aos órgãos eleitorais que devem ser imparciais para garantir maior abrangência e de forma justa e equitativa, desejando que o resultado possa reflectir a garantia de que seja verdadeiramente a vontade do povo.
Diante desta situação, a Conferência Episcopal de Moçambique, lança um apelo a todos envolvidos no processo eleitoral para observar este desiderato, como órgãos eleitorais, partidos políticos, candidatos, organizações da sociedade civil, observadores, meios de comunicação social e os moçambicanos no geral.
Em relação aos órgãos eleitorais, os bispos recordam que estes têm a missão de zelar pela transparência e independência de todas as decisões tomadas, por isso devem levar a sério a expressão da vontade popular, evitando a manipulação e a desinformação.
Para os partidos políticos, a CEM recomenda a elaboração de programas que respondam às reais necessidades do país e não a agendas de pequenas elites.