Depois do Brasil Melanina chega a Moçambique

Tânia Tomé apresenta amanhã as 17 horas, no Instituto Guimarães Rosa, Centro Cultural Brasil Moçambique, na Cidade de Maputo, o livro intitulado “Melanina, uma Sonhadora da Favela do Quinto Grito”. O mesmo foi lançado em Abril deste ano no Brasil.

Voltado para os públicos juvenil e adulto, o livro conta a história de Melanina em busca de seu lugar no mundo. Negra e entre tantos preconceitos, ela procurava a inclusão onde não conseguia se encaixar. Vivia, então, no mundo da lua, em que era possível sonhar e realizar, sendo única, sem imagem e semelhança.

“Uma jovem sonhadora quer subir até a lua e sentir o seu brilho. Ela é Melanina, a jovem que vive na favela do Rio de Janeiro. Ela queria ser da cor da lua, uma luz que brilha na escuridão. Ela nasceu, assim, diferente. E doía-lhe de todo corpo, toda a diferença. Dói-lhe não ser o que ela poderia ser. Ela queria ser da cor do carvão. Ela tinha alma pura e cristalina, e seus olhos gigantes esverdeados tinham no samba a esperança da imensidão de um mundo que pudesse ser diferente. Um mundo maior onde coubessem todos os sonhos dos mundinhos de cada gente”, descreve Tânia Tomé a sua protagonista.

No prefácio do livro, o jornalista e escritor Galeno Amorim, diretor-presidente da Fundação Observatório do Livro do Brasil e ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional, diz que “nada fala mais alto ou vai tocar mais profundamente o coração dos leitores desta nova obra da Tânia Tomé, como sua defesa intransigente da nossa capacidade infinita de sonhar e de acreditar nas próprias forças, aqui encarnada na figura doce e potente de Mel”.

Tânia Tomé escolheu o romance como meio de provocar uma reflexão sobre os grandes desafios das favelas e dos que sobrevivem e vivem na mira das balas perdidas e do racismo. Sua protagonista é para ser fonte de inspiração, uma sonhadora lutando por sua gente, sem nunca deixar de agir.

Com o racismo estrutural presente na vida de Melanina, Tânia Tomé lembra que a luta tem de ser de todos, e também de todas as formas. O cenário é a favela do Quinto Grito, mas Melanina é muito mais do que apenas uma voz.

O prefácio do livro foi feito pelo jornalista e escritor Galeno Amorim, diretor presidente da Fundação Observatório do Livro do Brasil e ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional e o posfácio é da autoria do jornalista Renan Souza, correspondente Internacional da CNN do Brasil.