Servidores das LAM alvo de ataque informática
As Linhas Áreas de Moçambique (LAM), sofreram um ataque informático na quinta-feira, que afectou os servidores da empresa nomeadamente, o correio eletrónico e alguns serviços a clientes, anunciou a companhia estatal no dia 15 de Outubro do presente ano.
O sistema informático sofreu um ataque do tipo “ransomware”, ou seja um bloqueio na sequência do qual é pedido um resgate, lê-se em comunicado.
A LAM indicou que os técnicos informáticos da empresa eliminaram “as acções do ataque”, fornecendo “meios alternativos para o funcionamento das áreas afectadas, com enfase para o email e serviços afins”.
A plataforma de serviços “está em reposição gradual, com o objectivo de garantir a retoma efectiva e segura das actividades”.
“O sistema de reservas e os dados de passareiros funcionam em cloud”, servidores remotos acessíveis pela internt, “pelo que foram salvaguardados”, concluiu.
António do Rosário diz que nunca recebeu valores da Privinvest
No âmbito do Sistema Integrado de Monitoria e de Proteção (SIMP), o réu António Carlos do Rosário negou perante o Tribunal ter recebido directa ou indirectamente valores monetários pagos pelo grupo Privinvest no valor de mais de 340 milhões de dólares.
“Nunca recebi uma quinhenta sequer, directa ou indirectamente, da Privinvest, para benefício próprio e muito menos para benefício de terceiros”, contestou o réu António do Rosário.
Questionado se era titular de contas bancárias nos Emirados Árabes, o antigo director de Inteligência Económica do Serviço de Informação do Estado (SISE) disse que não tem nenhuma conta bancária fora do país.
“Não tenho nem uma conta bancária nos Emirados Árabes. Não tenho nenhuma conta bancária fora da República de Moçambique. Nem na África do Sul tenho que é aqui perto, por razões de segurança”, respondeu o réu.
Confirmou no entanto ser proprietário de algumas viaturas descritas e outras ou não. Aos mais luxuosos, Do Rosário disse que gostaria de ter, mas não tem. Aceitou ser proprietário de alguns imoveis e negou outros.
Negou ainda perante o Tribunal que não é proprietário do Hotel Mabhassa Limitada, em Tete, e que a mesma pertence 100% à empresa Txopela Investments SA. Disse que a construção do hotel em Tete não foi paga com valores do grupo Privinvest e que não se recorda se celebrou a escritura pública de compra e venda do imóvel.
Festival de falsificação de documentos
Ainda sentado no banco dos réus, António Carlos do Rosário, o último réu a ser ouvido pelo Tribunal, disse que está a assistir a um festival de falsificação de documentos.
Tudo começou quando foi questionado sobre a existência de um interesse legítimo do co-réu Armando Ndambi Guebuza, no âmbito do projecto da Zona Económica Exclusiva e sobre a razão da troca da correspondência. A esta pergunta o réu respondeu positivamente, confirmando que é titular do endereço electrónico, mas nunca enviou e-mail ao co-réu Ndambi Guebuza, porque não tem o seu endereço electrónico.
Do Rosário disse que não faz sentido ter sido ele a enviar o e-mail, porque, pelo conteúdo do mesmo, se trata de um assunto do serviço e não usa o seu e-mail pessoal para tratar de assuntos laborais. O réu alega que, na respectiva data (14 de Maio de 2015), a Ematum estava em funcionamento.
Mesmo confrontado com e-mails que terá trocado com o co-réu Ndambi Guebuza, manteve as suas respostas.
O Ministério Público pediu ao réu que explicasse a discrepância do contrato de financiamento e o valor. E, por ainda descredibilizar as provas do Ministério Público, o réu solicitou a leitura dos contratos de financiamento e disse que não podiam ser reais, porque falta assinatura do Ministério das Finanças e do Credit Suisse que deviam estar nas mesmas páginas.
Questionado se, para além de emitir a garantia, o ministro das Finanças tinha obrigação de assinar os contratos de financiamento, o réu remeteu-se ao silêncio.
União Europeia vai investir 15 milhões de euros em operações militares
O Conselho da União Europeia adoptou a decisão que lança a Missão de Formação Militar da União Europeia em Moçambique (EUTM Moçambique).
Segundo um comunicado de imprensa da Embaixada da União Europeia em Moçambique, a missão irá apoiar uma resposta mais eficiente das Forças Armadas de Moçambique à crise na província de Cabo Delgado, proporcionando-lhes formação e desenvolvimento de capacidades.
A EUTM Moçambique deverá estar operacional assim que estiver concluída a transferência em curso do Projecto de Formação das Forças Armadas Portuguesas, e espera-se que atinja a sua plena capacidade operacional em meados de Dezembro deste ano. A missão contará com cerca de 140 militares divididos entre dois centros de treino, um para comandos e outro para fuzileiros.
Os custos comuns para a EUTM Moçambique, a serem cobertos através do Mecanismo Europeu para a Paz, foram avaliados em 15,16 milhões de euros para um período de dois anos.
A EUTM Moçambique irá contribuir para a abordagem integrada da União Europeia em Cabo Delgado, que cobre os aspectos da construção da paz, prevenção de conflitos e apoio ao diálogo; assistência humanitária e cooperação para o desenvolvimento, bem como a promoção da agenda “Mulheres, Paz e Segurança”.
Mulher desaparece após naufrágio de embarcação em Tete
Uma mulher, de 45 anos de idade, está desaparecida desde segunda-feira, na província de Tete, depois de uma embarcação artesanal na qual se fazia transportar com mais outras três pessoas, ter naufragado no rio Zambeze. As autoridades marítimas apontam o mau tempo como a principal causa do naufrágio.
A referida embarcação artesanal naufragou nas primeiras horas da última segunda-feira, no rio Zambeze, província de Tete, quando quatro pessoas, todas de idades avançadas, saiam da margem em direcção à Ilha de Canhembe. Entretanto, das quatro pessoas que se faziam transportar na referida embarcação, três foram socorridas pelas autoridades com vida e uma, por sinal uma mulher, afogou-se e está desaparecida.
A Polícia Costeira, Lacustre e Fluvial em Tete diz estar a efectuar trabalhos de busca nas margens do rio Zambeze, com vista a localizar o corpo da vítima.
Este é o segundo caso de naufrágio registado em menos de uma semana na província de Tete, envolvendo embarcações artesanais. O primeiro caso deu-se no último fim-de-semana, no distrito de Cahora Bassa.
Mia Couto entende que Mariano Nhongo foi dada possibilidade de negociar
No dia do lançamento do seu mais recente livro de contos, “O caçador de elefantes invisíveis”, na Fundação Fernando Leite Couto, na Cidade de Maputo, Mia Couto disse aos jornalistas que aproveitaram a ocasião para perguntar ao escritor o que acha da morte de Mariano Nhongo, o líder da Junta Militar da Renamo. Durante a breve conversa sobre o tema, Mia Couto começou por dizer que é comum nas grandes guerras civis, que se arrastam, a existência de dissidências, de gente que não aceita e que se revolta. Segundo o escritor, o que o grupo de Mariano Nhongo fazia era terrorismo, pois matavam civis em nome de uma ideia, de uma partilha de poder. “Portanto, não é aceitável”.
Esta quarta-feira, Mia Couto disse ainda “acho que está claro para todos nós que foi dado a este senhor todas as possibilidades de negociar, de se sentar. Não se pode legitimar esta via de que alguém que esteja em discordância com o Governo fabrique uma pequena guerra e, depois, tente com isso obter vantagem política. Está aberta uma democracia em Moçambique, em que as pessoas podem participar de uma outra maneira, de uma maneira cívica, sem usar a violência.
É preciso acabar com injustiças para não surgir novos “Nhongo”
O académico Severino Ngoenha defende que a morte de Mariano Nhongo não deve ser vista como uma vitória ou motivos para celebrar, pelo contrário é momento de tirar lições, pois conflitos como estes podem continuar caso não haja justiça e diálogo sinceros, que eram a reivindicação de Nhongo.
Ngoenha reagia em torno da morte de Mariano Nhongo, quem, segundo o académico, reivindicava as injustiças que os guerrilheiros da Renamo, que lutaram pela democracia, sofriam.
“É verdade que eles foram parte da construção dessa democracia, mas não tiraram benefício, há parlamentares, até da Renamo, que têm salários e boas condições de vida, mas não foram à guerra enquanto os combatentes não têm. Era isso que ele reivindicava”.
Outro factor trazido pela fonte é o da injustiça em Moçambique” que se agudizou, por não ter havido uma integração “real” que foi prometida aos guerrilheiros da Renamo e, por isso, defende que “isso tem de ser corrigido, para que não volte a nascer” e acrescentou que os níveis de injustiça tendem aumentar, fazendo com que a forma que os “injustiçados” têm para fazer a sua voz ser ouvida e clamar pela justiça são as armas.
“Isso fez com que Mariano Nhongo existisse e muitos deles possam existir, então mais do que pensar se a morte dele vai proporcionar um DDR temos que nos interrogar sobre as razões que fazem com que sempre caiamos em guerras, porque, se não o fizermos e continuarem as injustiças, matámos Mariano Nhongo, mas, novos Nhongos vão surgir de todos os lugares, de todas as maneiras e vão meter o país a rebentar”, sublinhou.
O interlocutor defende que é preciso tirar lições e perceber que a morte não deve ser ocasião de diálogo, é preciso precedermos à busca da justiça, do diálogo e do consenso para evitar que o país volte a situações de conflito e instabilidade.
Corrupção no Consulado de Moçambique em Nelspruit
Analistas dizem que o uso indevido de dinheiro do Estado ocorrido no Consulado de Moçambique em Nelspruit, África do Sul resulta da falta de uma estratégia coerente de luta contra a corrupção no país.
Em comunicado, o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) anunciou ter detido nove dos 48 arguidos constituídos no processo que investiga o uso indevido de dinheiro do Estado no Consulado de Moçambique em Nelspruit.
Trata-se de funcionários do Serviço Nacional de Migração (SENAMI) e das missões Diplomáticas e Consulares de Moçambique, na África do Sul, e terceiros sem vínculo com o Estado.
O jurista Francisco Lucas afirma serem vários e recorrentes os casos de corrupção envolvendo pessoal de embaixadas moçambicanas no exterior, em alguns casos incluindo os próprios embaixadores.
“Estamos recordados dos casos mais recentes das embaixadoras de Moçambique em Angola e nos Estados Unidos Unidos da América, sendo que esta última até foi condenada a 10 anos de prisão (…) mas como estes, existem muitos outros pelo mundo fora”, anotou aquele jurista.
Tribunal moçambicano anuncia a 12 de Março sentença da entiga embaixadora em Washington