Nações Unidas : Portugal apoia candidatura ao Conselho de Segurança

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o seu país e Moçambique apoiam as respectivas candidaturas a membros não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Tanto Moçambique como Portugal têm candidaturas a um mandato no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) como membro não permanente, respetivamente, em 2023-2024 e 2027-2028. As eleições realizam-se no ano anterior ao início do mandato.

Em declarações aos jornalistas, após ter sido recebido pelo Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, no âmbito da visita de trabalho de quatro dias que efectua desde quinta-feira ao país, disse que “olhámos para o mundo e aí respeitámos os pontos de vista de cada qual – sendo certo que há também aí uma convergência, que é o desejo da obtenção o mais rápido possível da paz na Ucrânia”, declarou aos jornalistas, na sua intervenção inicial.

“É bom que fique claro que Portugal apoia a candidatura de Moçambique desde o primeiro momento ao Conselho de Segurança, e que Moçambique apoia a candidatura de Portugal desde o primeiro momento ao Conselho de Segurança”, respondeu o chefe de Estado português.

Assinalou que na Assembleia Geral da ONU “Moçambique não votou contra aquilo que foi a posição generalizada da comunidade internacional, absteve-se”, considerando que “isso é uma precisão que é importante fazer”.

Quanto ao voto favorável de Portugal, justificou-o com o princípio “muito importante” de não aceitar “sacrificar a soberania de um Estado ou interferir no quadro da soberania de um Estado, se não a pedido desse Estado”, esteja em causa uma interferência por parte de um outro Estado ou de “um movimento ou grupo terrorista”.

Perante Filipe Nyusi, que nesta conferência de imprensa agradeceu o apoio de Portugal ao “combate ao terrorismo” em Cabo Delgado, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a mensagem de defesa da soberania dos Estados: “Temos feito isso em casos em que os Estados enfrentam problemas que vão desde ofensivas militares de outros Estados até movimentos exteriores terroristas ou outros”.

“Entendemos que o que se deve fazer é esperar a solicitação do Estado, intervir, se for caso disso, a solicitação do Estado, mas mesmo com a preocupação da salvaguarda da paz, não começar a admitir – e houve casos no passado em que isso já ocorreu em diversas circunstâncias –, é esse o nosso entendimento, é esse o meu entendimento, não admitir como natural aquilo que é questionar a independência e a soberania de um Estado”, reforçou o Presidente português.

Marcelo Rebelo de Sousa procurou, contudo, realçar que converge com Filipe Nyusi na convicção de que “um caminho de paz é verdadeiramente desejável e urgente e premente neste momento na Ucrânia”.

“Também é bom que fique claro que qualquer um de nós se choca com as imagens de horror que a guerra consigo traz, e no caso concreto da Ucrânia e de forma muito específica relativamente ao povo ucraniano. Isso parece pacífico”, disse ainda o chefe de Estado português.