Chade é considerado único país da região com força militar credível

A morte em combate do Presidente do Chade pode pôr em causa o papel central deste país no combate aos grupos armados da região, que mataram três europeus no Burkina Faso. Em 2013, a desagregação da Líbia contaminou o vizinho Mali, onde grupos jiadistas estiveram perto de conquistar a metade norte do país. Isso só não aconteceu devido à intervenção de tropas francesas, que desde então e com apoio do exército do Chade, auxiliam as forças regulares do Mali, Níger e Burkina Faso contra novas e velhas organizações jiadistas. Passados oito anos, não obstante um arremedo de estabilização na Líbia, dissidentes chadianos refugiados no sul deste país levaram a cabo um golpe do qual resultou a morte do Presidente.

Desaparecido a 20 de abril, Idriss Déby tinha 67 anos e estava há três décadas no poder. A França fica privada de um aliado na luta contra o jiadismo, tão importante que sucessivos Presidentes franceses, de Mitterrand a Chirac, de Sarkozy a Hollande e Macron, se habituaram a fazer vista grossa à falta de democraticidade e atropelos aos direitos humanos no Chade. No outro prato da balança, é o único país da região com força militar credível e capacidade para operar nas duras condições do deserto.