Moçambique está, desde Outubro de 2025, a experimentar uma nova fase de diálogo social e político, conhecida como Diálogo Nacional Inclusivo. Este processo tem como objectivo central promover a coesão nacional, a reconciliação política e a inclusão de vozes que muitas vezes são marginalizadas. As sombras frondosas das árvores nativas do país, como embondeiros, mangueiras, mafureiras e cajueiros, foram escolhidas como locais simbólicos para a realização deste diálogo, refletindo um respeito às tradições e à herança cultural moçambicana.

As árvores, com suas raízes profundas e troncos robustos, servem não apenas como abrigo físico, mas também como um símbolo de sabedoria ancestral. Como mencionado por um filósofo africano anônimo, elas carregam as histórias e os conhecimentos dos nossos antepassados, que utilizavam esses espaços para tomar decisões importantes para o futuro da comunidade. A suspensão do tempo sob suas copas é vista como um convite à reflexão e ao entendimento mútuo, elementos cruciais para a construção de uma sociedade mais unida.
Neste contexto, o Diálogo Nacional Inclusivo vai além de um mero encontro de líderes; trata-se de uma plataforma que envolve cidadãos de todos os estratos sociais, promovendo um espaço seguro para a expressão de ideias e preocupações. O foco está na consolidação da paz e na renovação do contrato social entre o Estado e seus cidadãos, buscando restaurar a confiança nas instituições que governam o país.

A auscultação pública, parte integrante desta iniciativa, convida os moçambicanos a partilhar suas experiências e visões sobre o futuro do país. O envolvimento de todos, especialmente daqueles que se sentem excluídos do processo político, é fundamental para garantir que o diálogo seja verdadeiramente inclusivo e representativo.
À medida que o Diálogo Nacional Inclusivo avança, espera-se que as vozes soem em harmonia sob as sombras amadas das árvores, ecoando o desejo comum de um Moçambique pacífico, justo e unido, onde todos tenham a oportunidade de contribuir para o bem-estar colectivo.
O processo terá duração total de dois anos, divididos em três fases principais:
- Auscultação pública(Outubro a Dezembro de 2025), com sessões presenciais e virtuais em todos os distritos e na diáspora;
- Sistematização das contribuições(Janeiro a Março de 2026);
- Transformação das propostasem iniciativas legislativas e políticas públicas (a partir de Abril de 2026), a serem submetidas à Assembleia da República.

Neste momento, vários membros da COTE estão a promover o diálogo na diáspora. Depois de ter passado pela África do Sul, Zimbabué, Eswatini, Zâmbia e Malawi, a brigada liderada pelo Presidente da Comissão Técnica, Edson Macuacua, prosseguiu com sessões de escuta em Portugal, abrangendo as cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro.
Segundo Edson Macuacua, o objectivo desta etapa internacional é garantir que todos os moçambicanos, independentemente da sua localização, sejam parte activa do processo.
De 29 a 30 de Novembro, a COTE está a orientar reuniões de auscultação da comunidade moçambicana na Alemanha, com o objectivo de materializar o compromisso político alcançado no país.
Na Alemanha, a COTE vai trabalhar nas cidades de Berlim, Dresden, Munique, Frankfurt, Hamburg, Nurenberg e Stuttgart.
O Presidente da COTE apelou aos moçambicanos na diáspora para que se apropriem do processo, contribuindo com ideias que fortaleçam a paz, a justiça, a inclusão, a coesão, a democracia e o desenvolvimento de Moçambique.





