O ex-número dois da Renamo, Raul Domingos e membro do Conselho do Estado, revelou que os mapas usados pela Renamo durante a guerra dos 16 anos, obteve a partir da Força Aérea Portuguesa.
Com esta afirmação, Raul Domingos pretendia realçar o conhecimento que Portugal tem sobre o território moçambicano. Os ministros de Defesa de Moçambique, Jaime Neto e de Portugal, João Gomes Cravinho, assinam esta segunda em Lisboa, o Programa-Quadro de Cooperação no domínio da defesa.
Para Raul Domingos, o acordo que cobre o período 2021-2026 é de extrema importância porque Portugal conhece bem o território moçambicano, onde combateu a Frelimo durante a luta pela independência de Moçambique.
O programa prevê a formação das forças especiais moçambicanas por militares portugueses e defende uma resposta multifacetada à situação em Moçambique, e além de treinar tropas especiais, fuzileiros e comandos, inclui tamebém outras linhas de cooperação militar nomeadamente as componentes terra-ar e informações.
Raúl Domingos considera que este é um aspecto muito importante, porque até aqui, os insurgentes têm demonstrado possuirem mais meios do que as forças moçambicanas.
Este político referiu o facto de o acordo com Portugal ser anunciado poucos dias depois de ter terminado a formação de fuzileiros navais moçambicanos por instrutores norte-americanos, sublinhando que “todos estes passos deveriam ter sido dados há bastante tempo, levando a sério aquilo que era a situação no terreno, em Cabo Delgado”.
A contribuição de Portugal para a formação e capacitação das forças moçambicanas prevê o treino de “sucessivas companhias” das forças armadas, em três a quatro meses, durante três anos, o que representa um “triplicar” do investimento português em projetos de cooperação com aquele país, que existe desde 1988. Fonte VOA