Em declarações no encerramento do Comité Central da FRELIMO, Daniel Chapo pediu o contributo de todos na pacificação do país e insistiu que as manifestações pós-eleitorais visavam “destruir” o partido que lidera.
O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), Daniel Chapo, também chefe de Estado, apelou, este sábado (05.04), ao envolvimento de toda a sociedade na materialização do acordo político para a paz e reconciliação nacional.
“Continuamos a apostar no diálogo construtivo, inclusivo e sincero com todos os partidos políticos e forças vivas da sociedade para que a paz e a reconciliação sejam uma realidade em Moçambique”, afirmou Daniel Chapo no discurso de encerramento da IV sessão ordinária do Comité Central (CC) da FRELIMO, na Matola, arredores de Maputo.
“Encoraja-nos o facto de o CC ter apreciado positivamente o espírito e a letra do compromisso [alcançado com os partidos e organizações da sociedade civil], e reiteramos o nosso apelo a todos os moçambicanos para o seu pleno envolvimento na materialização do acordo, que não é de partes, mas sim o acordo do povo moçambicano, que não é só o fim, mas o início de um diálogo nacional inclusivo de todos os moçambicanos”, declarou.
A Lei do Compromisso para o Diálogo Nacional Inclusivo foi aprovado quarta-feira na Assembleia da República, por unanimidade e aclamação, visando pacificar o país após quase cinco meses de manifestações e protestos que provocaram cerca de 360 mortos, na sequência das eleições gerais de 09 de outubro.
Daniel Chapo destacou que a sua aprovação “é um indicativo claro da convergência no seio dos moçambicanos sobre a necessidade do fim da violência e do ódio”.
Manifestações visaram “desestabilizar o nosso país”
“Ficou claro durante a sessão que estas manifestações não tinham como causa primária a contestação dos resultados eleitorais, pois estas manifestações foram desencadeadas muito antes da divulgação dos resultados eleitorais, de forma meticulosa para desestabilizar o nosso país e estrangular a nossa economia, a economia do povo moçambicano. E mesmo depois de conhecida a verdadeira verdade eleitoral, que foi a vitória clara e expressiva da FRELIMO e do seu candidato, o país continuou a assistir à manipulação da opinião pública nacional e internacional sobre a verdade eleitoral em Moçambique”, criticou Chapo.
Insistiu que as “violentas, ilegais e criminosas” manifestações pós-eleitorais visavam ser usadas como “instrumento de destruição da FRELIMO “.
“No entanto, a realização com sucesso desta sessão, demonstra claramente que a FRELIMO está aqui, firme, cada vez mais forte e convicta dos seus ideais, porque a FRELIMO é o povo”, disse.
Chapo acrescentou que a “análise sobre a situação política, económica e social” durante a reunião do CC permitiu “reforçar a convicção de que, apesar de grandes desafios” atuais, “Moçambique continua a ser um país viável e com um potencial para a retoma do crescimento económico e do desenvolvimento, condição essencial para o desenvolvimento e prosperidade” do povo.
FRELIMO enaltece trabalho das Forças Armadas
Em declarações na mesma ocasião, Bruno Morgado, membro do Comité Central do partido, acrescentou que a FRELIMO enalteceu a “serenidade e patriotismo” das Forças Armadas no controle das “ilegais e violentas” manifestações pós-eleitorais.
“O Comité Central enaltece a forma serena e patriótica como as Forças de Defesa e Segurança [FDS] controlaram as manifestações ilegais e violentas que tiveram lugar um pouco por todo o país, afetando todos os setores da vida, bem como o combate ao crime organizado e terrorismo em Cabo Delgado”, disse.
Segundo Morgado, a ação das FDS foi também preponderante para garantir a “paz e tranquilidade” durante os processos de votação nas eleições de outubro no país.
“O Comité Central saúda e encoraja as Forças de Defesa e Segurança a prosseguirem com a sua nobre missão de manter a ordem e tranquilidade públicas, bem como a estabilidade e integridade territorial”, acrescentou. LUSA