O candidato da Frelimo à Presidente da República nas eleições de 9 de outubro, Daniel Francisco Chapo, revelou que durante a guerra dos 16 anos, ele e alguns membros da sua família foram capturados pelos homens armados da Renamo em Inhaminga, província de Sofala
Numa entrevista conjunta que o candidato concedeu a Rádio Moçambique, Televisão de Moçambique e ao Jornal Notícias, disse que nessa altura tinha cerca de cinco anos de idade e viveu quase dois anos num cativeiro (base) da Renamo.
“Depois de fugirmos desse cativeiro, numa madrugada, e caminhado aproximadamente dez horas até à vila de Inhaminga, que a encontramos completamente destruída”, disse, acrescentando que mesmo assim a família permaneceu lá dois, saindo só em 1985 para Dondo, também na província de Sofala.
Daniel Chapo disse ser por isso que a história da sua família tem uma forte ligação com Dondo, porque é onde cresceu. “Dai as memórias do massacre de Inhaminga, mas também as da guerra dos 16 anos, por a Renamo ter destruído a vila, estão bem presentes em nós. E cada uma das famílias da vila perdeu alguém”.
Somos uma candidatura jovem, mas para todas as gerações
O candidato da Frelimo afirmou na mesma entrevista que é imperativo incutir aos moçambicanos, valores éticos e morais a partir da família para que sejam salvaguardadas de modo que “tenhamos uma sociedade que respeita valores de educação, respeito, integridade, responsabilidade, competências, meritocracia e outros importantes para o crescimento são da nossa sociedade e, consequentemente, do nosso país”.
Daniel Chapo esclareceu que não escolheu ser candidato à Presidente da República, mas sim recebeu uma missão. “Na Frelimo há uma lição que nós aprendemos como quadros”, disse ao responder uma pergunta sobre porquê é que quer ser Presidente da República.
Segundo Daniel Chapo, não é uma questão de querer, na Frelimo recebe-se missões. “E nós temos de estar dispostos a assumir qualquer missão que seja”.
O candidato prosseguiu e explicou que quando foi ao distrito de Nacala, província de Nampula, nunca pensou que seria nomeado administrador de um distrito. “Fiquei surpreendido. Também quando fui à Palma e mesmo quando fui a Inhambane nunca pensei que seria governador de uma província. Mas assumi as missões”.
Daniel Chapo disse ainda que quando saiu de Nacala-à-velha para o distrito de Palma, em Cabo Delgado, “o Presidente da República, Filipe Nyusi perguntou-me se sabia qual era a missão e eu respondi que sim, que era de implementar programas de desenvolvimento para aquele distrito que estava a receber grandes investimentos”.
Disse que em relação a esta questão de candidatura, também é uma missão na qual mais de quatro milhões de Moçambicanos que fazem parte de membros da Frelimo, representados pelo Comité Central, “elegeram-nos”.