Diálogo Nacional Inclusivo é oportunidade única para renovação de confiança entre os moçambicanos

O Presidente da Comissão Técnica para o Diálogo Nacional Inclusivo (COTE), Edson Macuácua assegura que esforços estão sendo feitos para que o diálogo seja abrangente, Vcom o envolvimento de todos os sectores da sociedade, desde as comunidades locais; partidos políticos; lideres religiosos e juventude. Destacou que este processo, representa uma oportunidade de renovação da confiança entre o Estado e os cidadãos.

Falando em entrevista à Revista ÀGORA, Macuácua defendeu que não se pode falar da paz verdadeira sem escuta activa. “O diálogo deve ser um exercício de humildade, onde cada moçambicano se sinta parte do processo e veja reflectidas as suas preocupações”, afirmou.

Segundo o Presidente da COTE, o processo de diálogo iniciado pelo Presidente da República, Daniel Chapo, demonstra maturidade política e abertura para compreender os desafios do país, a partir das percepções da população.

Para Macuácua, o diálogo deve ser visto como um caminho para restaurar a confiança e corrigir fragilidades que se foram acumulando ao longo dos anos. “Não se trata de ouvir apenas elogios, mas de acolher críticas construtivas”.

Salientou que, o Estado precisa de compreender as preocupações do cidadão comum e responder de forma prática e para tal, a escuta é o primeiro passo para qualquer solução duradoura.

Explicou que a auscultação pública é também uma oportunidade para redefinir prioridades nacionais, aproximando o poder das realidades locais, “As comunidades conhecem melhor os seus problemas, e apontam-os quando abrimos espaço para ouvi-las’, disse, acrescentando que isso faz parte do fortalecimento da democracia participativa.

Para Edson Macuácua, a auscultação pública deve ir além da recolha de opiniões, devendo resultar em políticas concretas que respondam às reais necessidades das comunidades.

Segundo ele, uma das preucupações recorrentes entre os cidadãos auscultados tem sido a necessidade de maior acesso a terra e o seu melhor uso e os conflitos entre as comunidades e investidores.

Macuácua explicou ainda que durante as sessões de escuta pública, é evidente o desejo do povo por estabilidade, justiça social e inclusão, onde as discussões centraram-se não apenas em resolver conflitos políticos, mas também em promover o desenvolvimento e a igualdade para todos os cidadãos

É que para a sociedade moçambicana, o diálogo não se limita apenas em acordos políticos, mas se estende ao entendimento profundo das causas que alimentam os conflitos.

O Presidente da COTE, reconheceu a profundidade dos desafios e garantiu que cada uma das propostas apresentadas para ultrapassá-los, será levada a sério. “Queremos que cada ideia, cada inquietação, se transforme numa linha concreta de reforma, por isso, propusemos indicadores claros de implementação, com prazos e mecanismos de verificação social”, explicou