Diáspora Moçambicana satisfeita com o modelo de diálogo em curso no país

Entre os dias 14 de Novembro e 2 de Dezembro deste ano, cerca de sete mil moçambicanos residentes na Diáspora participaram do processo do Diálogo Nacional Inclusivo em Moçambique. Essa experiência foi amplamente elogiada pelos participantes, que expressaram satisfação pelo modelo de diálogo adotado e confiaram em resultados positivos.

A Auscultação Pública na Diáspora abrangeu nove países: África do Sul, Alemanha, Eswatini, Malawi, Portugal, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Os representantes da Diáspora incluíram membros de partidos políticos, trabalhadores, empresários, acadêmicos e estudantes, demonstrando um forte compromisso com a construção de um processo de governança participativa e inclusiva.

Diáspora moçambicana reconhece a inovação e singularidade do formato do Diálogo

De acordo com o relatório das atividades realizadas durante a auscultação, a comunidade moçambicana reconheceu a inovação e singularidade do formato do Diálogo Nacional Inclusivo e da composição da Comissão Técnica. Essa abordagem deve ser valorizada, pois permite que todas as ideias e sensibilidades sejam ouvidas, contribuindo para um ambiente de paz e progresso.

Durante os debates, temas relevantes foram abordados, destacando-se a necessidade de uma divulgação frequente da Constituição da República, de forma a garantir que todos os cidadãos tenham conhecimento dos seus direitos e deveres. A diáspora manifestou também descontentamento com o atual modelo de nomeação dos juízes pelo Presidente da República, sugerindo que os magistrados sejam eleitos entre seus pares, visando maior imparcialidade e transparência no sistema judicial.

Outro ponto enfatizado foi a urgência na melhoria da qualidade dos serviços de educação e saúde, infraestrutura básica como estradas, hospitais e escolas, além da igualdade de oportunidades e da distribuição equitativa da riqueza. Os moçambicanos no exterior também solicitaram maior transparência e celeridade na divulgação dos resultados eleitorais, destacando que as eleições não devem ser um fator de divisão entre os cidadãos.

Além disso, questões relacionadas às condições de vida dos moçambicanos na diáspora foram levantadas, como o aprimoramento dos serviços de migração e a redução das elevadas taxas alfandegárias enfrentadas ao viajar para o país. A possibilidade de dupla nacionalidade e a tramitação de documentos de filhos nascidos no exterior também foram mencionadas como preocupações importantes.

Moçambicanos na África
do Sul confiantes no diálogo.

Os participantes esperam que todas as ideias apresentadas durante o diálogo sejam devidamente consideradas, contribuindo para o bem de todos os moçambicanos. Como um passo adiante, a comunidade propôs melhorias organizacionais, incluindo uma comunicação mais eficaz do processo, que permita melhor preparação tanto dos participantes quanto das autoridades moçambicanas no exterior.

A Província do Cabo Ocidental, na África do Sul, demonstrou interesse em transformar a auscultação em um verdadeiro movimento de diálogo, considerando o grande número de moçambicanos na região e a importância das relações econômicas e sociais com Moçambique.

Para o futuro, está prevista uma Auscultação Virtual nos dias 10 e 11 de dezembro de 2025, com a possibilidade de deslocação à Cidade do Cabo, além da etapa nacional a ser realizada de 5 a 20 de dezembro de 2025, abrangendo postos administrativos e localidades em todas as províncias, incluindo a Cidade de Maputo.

A comunidade moçambicana na diáspora acredita que manter a confiança estabelecida no processo é um desafio importante. Com a participação de mais vozes e a continuidade na abordagem do diálogo, o Diálogo Nacional Inclusivo em Moçambique é visto como um caminho crucial para fortalecer a paz, harmonia e justiça social, permitindo que todos os moçambicanos apresentem suas ideias e contribuições em prol da boa governança no país.

 

Auscultação já abrangeu diversas províncias e mais de 80% dos distritos até o momento.

O lançamento das Auscultações Nacionais e na Diáspora, feito pelo Presidente da República, Daniel Chapo, em 10 de setembro de 2025, marcou o início desse processo transformador, que já abrangeu diversas províncias e mais de 80% dos distritos até o momento.