Uma delegação constituída por 18 mulheres de diferentes esferas da sociedade representa Moçambique no III Fórum de Mulheres Africanas em Diálogo, que se realiza de 27 a 31 do corrente mês em Joanesburgo, África do Sul.
De acordo com a diretora executiva da Gender and Sustainable Development Association e presidente da Academia da Mulher Africana, nas cinco regiões da África, Alice Banze, integram a delegação mulheres religiosas; ativistas sociais; jovens empreendedoras, académicas e jornalistas.
Com o tema “O Poder e a Voz das Mulheres como Agentes de Mudanças”, pretende-se com esta iniciativa proporcionar momentos de troca de experiência e capacitar as mulheres de modo a terem voz para enfrentarem os seus desafios.

A conferência, organizada pela AFWID, uma organização fundada e presidida pela Zanele Mbeki, antiga primeira-dama da África do Sul, envolve participantes dos 54 países africanos, num universo de 1500 mulheres.
Para Alice Banze, as 18 mulheres moçambicanas são neste momento porta-vozes de toda mulher moçambicana. “elas estão a representar neste grande evento toda a mulher independentemente do seu estatuto social”, disse salientando que tradicionalmente os encontros da AFWID proporcionam momentos de aprendizado, de partilha e aplicação de conhecimentos e promove novas oportunidades.
As Mulheres Africanas em Diálogo (AFWID) é uma plataforma anual inclusiva de diálogo que procura unir as mulheres africanas em todas as esferas da vida.
Durante os cinco dias do evento estão agendados worshop sobre “quebrar barreiras –conectar-se consigo e outros; debates sobre o futuro que queremos “re-imaginar o nosso futuro para além de Pequim”.
Também estão programadas sessões paralelas com temas como Anseio por casa: Histórias de deslocação e Resiliência de Mulheres Africanas; o que é preciso para a paz reinar? Repensar o conflito, a paz e a solidariedade em África; Guardiãs da Terra, das sementes e da ecologia: As mulheres no centro da soberania alimentar e ambiental de África; revisão de Pequim +30: Repensar o progresso e a responsabilidade na Agenda do Género em África.
Moçambique participa neste encontro num contexto de manifestações, que começaram como expressões de descontentamento eleitoral e tornou-se palco de divisões sociais, exacerbando tensões entre diferentes segmentos da população. As mesmas são caracterizadas por destruição de infra-estruturas essenciais e o envolvimento de jovens frequentemente instrumentalizados em contextos de violência política. Os jovens que representam uma porção significativa da população moçambicana clamam por oportunidades económicas e sociais.
Na abertura do evento, Moçambique teve a oportunidade de dirigir uma oração em prol da paz, não só no país, mas no continente, através da Ministra Envagélica, Senhora Mariamo Viola.