Funeral de Elvino Dias marcado para esta quarta-feira

O candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou hoje em Maputo, que o funeral do seu assessor jurídico Elvino Dias, assassinado sexta-feira a tiro no centro de Maputo, terá lugar esta quarta-feira, às 13 horas locais, no cemitério de Michafutene, em Maputo.

Venâncio Mondlane deu esta informação numa declaração pública através da sua conta do Facebook, apelando ao mesmo tempo para uma “participação em massa”, no funeral do seu assessor jurídico.

“Vamos estar juntos, em peso, gostaria de estar com todos vocês para prestar a última homenagem ao Elvino Dias. Gostaria imenso que esta juventude fosse pacificamente. Não vamos fazer distúrbios, tranquilamente, vamos estar em peso na última despedida de Elvino Dias”, apelou Venâncio Mondlane.

A viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), partido que apoia Mondlane, foi “emboscada” e indivíduos desconhecidos atiraram contra os seus ocupantes.

“Quero convidar a todos vocês para participar em massa no funeral do Elvino Dias, que está marcado para quarta-feira, dia 23 de outubro (…) Penso que vamos dar uma grande imagem positiva para o mundo”, repisou.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem 15 dias para anunciar os resultados oficiais, data que se cumpre em 24 de outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, de eventuais recursos, mas sem prazo definido para esse efeito. As eleições gerais tiveram lugar no dia 09 de outubro.

O mundo noticia a morte de Elvino Dias

O assassinato de Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, e de Paulo Guambe, mandatário do partido PODEMOS, na noite de sexta-feira (18.10), teve repercussão na imprensa internacional.

Jornais na Alemanha, Bélgica, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, deram destaque ao duplo homicídio na capital de Maputo.

O jornal The New York Times noticiou o caso dando ênfase ao aumento da tensão no país após as eleições gerais de 9 de outubro.

Dois dos “principais apoiantes do principal candidato presidencial da oposição” foram mortos a tiros “após uma eleição marcada por alegações de fraude”, destaca o jornal norte-americano.

Na Bélgica, o La Libre dá conta que o advogado de Venâncio Mondlane, “que estava a preparar uma queixa denunciando fraude nas recentes eleições de 9 de outubro, foi morto “à queima-roupa”.

No Reino Unido, o The Guardian reportou o caso dando destaque aos protestos devido aos resultados eleitorais: Estas mortes acontecem numa altura em que crescem os protestos contra os resultados das eleições”, destaca o jornal britânico.

LUSA/ZEMBRANDO