O coordenador da revista ÀGORA, Rui Sixpence Conzane, afirmou na última sexta-feira, que a Revista ÀGORA, no mercado desde Fevereiro de 2024, é um espaço de diálogo e promoção do pensamento que, à semelhança da originalidade do seu termo, pretende servir de um espaço público para o exercício da cidadania e promoção de debates políticos e da actualidade social, económica e académica do país.
Conzane, fez este pronunciamento durante o lançamento da quarta edição desta publicação, na sala magna da Universidade Pedagógica de Maputo, perante uma audiência composta por personalidades de destacada reputação e distinção na sociedade moçambicana.
“A nossa visão é transformarmos a revista numa plataforma inclusiva, no sentido mais lato da palavra, trazendo a nossa diversidade de pensamento, cultural e ideológica, como contributo para a consolidação da moçambicanidade, no âmbito dos 50 anos de Independência Nacional, tema principal desta quarta edição da nossa Ágora”.
Segundo o coordenador, a sensação de poder compartilhar deste momento com todos os cerca de 200 convidados presentes no lançamento, é imensurável, particularmente pela respeitosa e tão digna presença de personalidades esclarecidas que marcam e influenciam o pensamento colectivo como sociedade, o traduz o cumprimento de um dos propósitos, nomeadamente, levar a Ágora a uma multifacetada diversidade de moçambicanos, entre académicos e representantes de diversos extractos políticos e sociais, como ilustra a presença de Vossas Excelências.
Disse que mais significativo ainda, é o calor que a Universidade Pedagógica nos empresta ao integrar este acto do lançamento desta edição, no rol das actividades da celebração dos seus 40 anos de existência.
“Bem-haja, a Reitoria da UP! Parabéns a toda a comunidade académica desta prestigiada instituição”.
A quarta edição dedica os 50 anos da Independência Nacional, “Ganhos e desafios para as próximas gerações. Para abordar este tema com profundidade, trazemos um elenco di versificado de vozes de diferentes áreas de atuação, figuras com credibilidade e autoridade para refletir sobre o percurso político e social do país nos últimos 50 anos.
Entre os entrevistados, destacamos a senhora Graça Machel, antiga ministra da Educação, política e ativista social, que afirma que a educação é um instrumento essencial para afirmar a identidade moçambicana, em consonância com o que Samora Machel, o primeiro Presidente de Moçambique, sempre defendeu. Miguel Mkaima, combatente da Luta de Libertação Nacional e ex-embaixador, que considera que 50 anos da Independência Nacional representam a celebração da superação das crises pelas quais o país passou desde 1975 até hoje.
Ana Rita Sithole, ex-deputada da Assembleia da República, aborda por sua vez, questões cruciais, enfatizando a necessidade de um sistema eleitoral que prioriza a especialização e a profissionalização dos deputados. Jorge Ferrão, Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, vê o nascimento desta instituição, em 1985, como a concretização do sonho de um povo ávido por conhecimento científico e justiça social.
Grilo Lubrino, psicólogo organizacional e antigo gestor público, salienta que o conflito armado liderado pela RENAMO, representou uma das partes mais desafiadoras do processo de construção da moçambicanidade. Ivan Maússe, Mestre em Direito e docente universitário, descreve os 50 anos de independência como uma reafirmação positiva da nossa identidade, porém, lamenta a ausência de políticas públicas adequadas que respondam à dinâmica do crescimento populacional. Esta edição foi enriquecida por estas valiosas contribuições que ref lectem à diversidade de experiências e perspectivas sobre o caminho percorrido até aqui e, os desafios que o país ainda enfrenta.