O antigo Presidente brasileiro Collor de Mello foi ontem detido em Maceió quando se preparava para viajar para Brasília, onde se ia entregar às autoridades depois da ordem de detenção “imediata” para cumprir pena por corrupção, informaram os advogados.
Fernando Collor de Mello, que foi Presidente do Brasil entre 1990 e 1992, foi condenado, em 2023, pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, mas aguardava em liberdade a decisão do seu último recurso.
Alexandre de Moraes rejeitou o último pedido de reanálise de Collor de Mello, alegando que os últimos recursos do também ex-senador tinham caráter “meramente protelatório”, tendo, por isso, decretado a “prisão imediata” do antigo Presidente brasileiro.
Primeiro Presidente a ser eleito por sufrágio universal direto após a ditadura militar, em 1990, Collor de Mello demitiu-se a meio do mandato, em 1992, depois de o Parlamento abrir um processo de destituição por corrupção passiva.
Regressou à política em 2006, como senador de centro-direita pelo estado de Alagoas, no nordeste do país, e tornou-se próximo do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, para quem fez campanha nas eleições de 2022. Manteve o lugar no Senado até ao final de 2024.
Collor de Mello, de 75 anos, foi condenado em 2023 no âmbito de um megaescândalo revelado pela vasta investigação Lava Jato.
Foi considerado culpado de facilitar “de forma irregular” a assinatura de contratos entre uma empresa de construção e uma subsidiária da empresa petrolífera estatal Petrobras.
Além de Collor, Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer também já foram presos. Antes da redemocratização, outros ex-presidentes foram detidos, mas por motivos políticos
Com a prisão de Fernando Collor na madrugada desta sexta-feira (24), três ex-presidentes do Brasil já estiveram em cárcere privado desde a redemocratização. O ex-senador foi condenado a oito anos e dez meses de prisão pelo esquema de corrupção na empresa de combustíveis BR Distribuidora, atual Vibra Energia.
HISTÓRIA DA GLOBO