O Chefe de Direitos Humanos apelou por redução da tensão em Moçambique, causada por manifestações desde o anúncio dos resultados eleitorais de 09 de Outubro, divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), no dia 21 de Outubro, dando vitória esmagadora a FRELIMO, partido no poder e o seu candidato Daniel Chapo.
Nesta quarta-feira, a capital moçambicana, Maputo, viveu momentos de tensão na sequência da continuação das manifestações pós-eleitorais, com partes da população a contestar os resultados. Grupos de jovens saíram às ruas e bloquearam várias vias de acesso à cidade, estacionando veículos nas estradas e condicionando o trânsito das 8 às 16 horas, cenário que se repete hoje.
A questão dos protestos foi mencionada em Portugal num encontro entre o secretário-geral da ONU, António Guterres, com o primeiro-ministro Luís Montenegro na sequência do fim do Fórum da Aliança das Civilizações.
Falando a jornalistas, em Lisboa, o chefe do governo português disse que ambos falaram da situação em Moçambique, dizendo que Portugal se preocupa e se empenhará em resolver a crise que diz muito tanto a seu país e como aos portugueses.
“Tive ocasião de dizer ao secretário-geral que nos empenharemos em poder garantir contenção, em o poder garantir capacidade de diálogo, em poder garantir que não haja uma escalada de violência em Moçambique para que se ultrapasse no respeito aas instituições e pelos valores democráticos, o impasse que está criado e a conflitualidade nas ruas que infelizmente tem marcado naquele país amigo e irmão.”
Para a coordenadora residente da ONU em Moçambique, Catherine Sozi, as autoridades moçambicanas devem investigar os incidentes e responsabilizar seus autores. A chefe da ONU em Moçambique reiterou ainda o apelo do secretário-geral António Guterres por calma e para que as autoridades optem pela contenção necessária para garantir que os desafios do país sejam resolvidos em paz e com respeito ao funcionamento de suas instituições.
Imagens partilhadas nas redes sociais mostram o atropelamento de uma jovem por um carro blindado da polícia durante uma manifestação na Avenida Eduardo Mondlane, uma das principais da capital.
Dados da plataforma eleitoral decide indicam que, desde 21 de outubro, cerca de 67 pessoas morreram e 210 foram baleadas no período de um mês de manifestações.
Fonte/ ONU News