Aumento salarial dos dirigentes: É abusivo, insensível, desumano, criminoso

O Partido Nova Democracia considera abusiva, excessiva, insensível, desumana, criminosa e completamente à margem da realidade nacional, a proposta do Conselho de Ministros para o aumento salarial de 100 por cento e 75 por cento, ao Presidente da República, Filipe Nyusi e o Primeiro Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, respectivamente.

Em comunicado de imprensa enviado à nossa redacção, em reação à proposta do Conselho de Ministro, o partido Nova Democracia, considera que a nova tabela salarial que inclui a presidente da Assembleia da República, procuradora-Geral da República, e outros membros do Governo e órgãos de soberania à escala nacional deve ser reprovada pelo parlamento por unanimidade..

Para este partido, a Assembleia da República deve aprovar apenas a tabela para os profissionais de saúde, extensionistas agrários, oficiais de justiça, professores e docentes, policiais, militares e outros sectores produtivos.

O partido afirma que é escandaloso que, depois da polémica discussão das regalias dos funcionários da Assembleia da República, o Executivo de forma corajosa aprove subsídios de representação correspondente a 100% do vencimento de base para o Presidente da República e 50% para os dirigentes superiores do Estado, incluindo subsídio de reintegração e demais suplementos, fazendo, tal reprodução de “Sodoma e Gomorra”, ouvido de mercador ao que levou a juventude à rua num passado recente.

Lembre-se que no dia 26 de Agosto de 2021, a Ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Talapa tenha justificado o ajuste salarial humilhatório entre 100 à 600 MZN para a classe produtiva, alegando que são “os possíveis, tomando-se em conta a atual conjuntura económica e social do país’, e fazendo menção aos impactos negativos do Covid-19, dos ataques armados no centro e norte do país e das calamidades naturais. E agora Sra. Ministra, o país saiu da crise ou a crise é só para o povo?”, lê-se o comunicado assinado por seu Presidente Salomão Muchanga.

Muchanga questiona ainda se não seria altura para os governantes renunciarem as regalias excessivas com vista a subsidiar as vítimas da guerra e das políticas públicas excludentes como um exemplo de contenção da despesa pública.

Com a nova tabela salarial, o Presidente da República, Filipe Nyusi, que actualmente recebe um salário base de 205 mil meticais, passará a receber 400 mil meticais de salário base, mais 400 mil de subsídio de representação, totalizando 800 mil meticais cada mês. A proposta será submetida à aprovação da Assembleia da República.