Cidade da Beira: Polícia trava passeata de Venâncio Mondlane

Horácio João

A cidade portuária da Beira, localizada no centro de Moçambique, acordou hoje, quinta-feira, debaixo de um forte dispositivo de segurança do efectivo da Polícia da República de Moçambique de todas as especialidades afins, em face do anúncio da chegada à urbe do candidato presidencial suportado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane.

Tal cortejo de segurança visava, essencialmente, garantir a manutenção da ordem e tranquilidade públicas, tendo, assim, gorado unilateralmente a projectada intenção de passeata pela urbe, daquele aspirante à Ponta Vermelha com os seus seguidores, sob risco de terminar em desacatos.

O facto provocou ira ao Mondlane, tendo lançado duras críticas ao Comandante Provincial da PRM em Sofala, Joaquim Sive, cuja prontidão até despertou atenção dos mirones.

Mondlane, por isso, atirou-se contra a postura desta Força da Defesa e Segurança, afirmando que “não é a polícia que determina se a pessoa pode marchar ou deixar de marchar”.

Ressaltou que a limitação de direitos fundamentais deve ser feita por órgãos competentes, como o Parlamento, e não pela polícia.

“Esta é a terra dos beirenses, e a Constituição da República de Moçambique deve prevalecer”, enfatizou.

Destacou ainda que a principal função da polícia é proteger os direitos e liberdades dos cidadãos e não impedi-los de se manifestar.

“Não podemos permitir que um comandante da polícia venha aqui com ameaças, como se esta fosse a terra da sua família”, disse, reafirmando a necessidade de um Estado verdadeiramente republicano, que se submeta à Constituição e à lei.

Durante sua estadia na cidade da Beira, Mondlane, que realiza uma visita privada a algumas províncias, tem como intenção a realização de uma reunião de coordenação política com membros do partido, visando motivar e preparar os jovens que participaram do processo eleitoral e estiveram envolvidos em actividades de fiscalização.

De referir que, nesta quarta-feira, na cidade de Nampula, houve tumultos entre a população que recebeu Venâncio Mondlane e a polícia, ao que Venâncio Mondlane também referiu que não havia necessidade de informar a polícia sobre a sua estadia naquela urbe

, por se tratar de uma viagem privada.