Diálogo Nacional: COTE espera receber propostas das organizações de carreira jurídica até 15 de Dezembro

AS organizações de carreira jurídicas têm até 15 de Dezembro para submeterem propostas de temas para serem discutidas nas mesas redondas, no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo, em curso no país.

O convite para o efeito, foi formulado pela Comissão Técnica do Diálogo Nacional Inclusivo, às entidades da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), Associação dos Juízes Moçambicanos (AMJ), Associação dos Magistrados do Ministério Público e a Associação Moçambicana das Mulheres de Carreira Jurídica (MCJ).

Segundo o presidente da COTE, Edson Macuácua, as contribuições serão integradas nas reflexões da Comissão, com vista à consolidação do Estado de Direito Democrático, à defesa dos direitos humanos e à dignidade do homem.

Explicou que ficou igualmente acordada a realização de mesas-redondas temáticas, a serem co-organizadas entre as associações e a Comissão Técnica, que irão debater assuntos como o Sistema Constitucional Moçambicano, o Sistema de Administração da Justiça e o Sistema Eleitoral, entre outros. Estes debates culminarão num Congresso Nacional da Justiça, previsto para o próximo ano, que reunirá representantes dos três poderes do Estado Executivo, Legislativo e Judicial, bem como, da sociedade civil.

“As mesas redondas irão culminar com um congresso que terá lugar no ano de 2026, envolvendo diferentes actores dos três poderes, executivo, legislativo e judicial, assim como atores da sociedade civil, onde poderão ser consolidadas as ideias e a reflexão, assim como propostas concretas de reformas no âmbito da consolidação de um Estado de direito democrático e de justiça social”.

Macuácua, apelou para que todas as organizações da justiça apropriem-se do processo e contribuam com propostas concretas que reforcem o Estado de Direito e a justiça social no país.

Por seu turno, o presidente da Associação Moçambicana de Juízes, Esmeraldo Matavele, destacou que os juízes estão empenhados em contribuir para o fortalecimento do Estado de Direito e, que “não há justiça sem diálogo nem sem reformas que assegurem os direitos fundamentais dos cidadãos”.

Já a presidente da Associação Moçambicana das Mulheres de Carreira Jurídica, Lídia Gulele, sublinhou a importância da inclusão das mulheres no processo, lembrando que “há problemas específicos da mulher que só ela conhece e pode expressar”, defendendo uma maior sensibilidade de género nas reformas em curso.

Por sua vez, o presidente da Associação Moçambicana dos Magistrados do Ministério Público, Hélio Nuvunga, reafirmou a disponibilidade da classe para colaborar, apontando que a independência do judiciário e a credibilidade do sistema de justiça são questões centrais a debater.

O Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Carlos Martins, anunciou que a instituição está a criar equipas de reflexão sobre a reforma constitucional, eleitoral e judicial, garantindo a participação activa dos conselhos provinciais em todo o país. “Este é um processo inclusivo e necessário para as reformas estruturantes de que Moçambique precisa”, afirmou.