FRELIMO espera decisão mais justa do Conselho Constitucional

A FRELIMO, partido no poder, não tem dúvidas que venceu de forma limpa e clara as eleições gerais de 09 de Outubro e, espera uma decisão mais justa do Conselho Constitucional (CC), que poderá validar os resultados no dia 23 de Dezembro.

Segundo o membro sénior deste Partido, Galiza Matos Júnior, para garantir a vitória, a FRELIMO fez um trabalho profundo com os seus membros e militantes. “Estou a falar de membros que têm cartão de militante do partido e cartão de eleitor”, disse acrescentando que o PODEMOS e o seu candidato Venâncio Mondlane, que propalam vitória, nunca tiveram estrutura e nem podiam estruturar-se em três meses.

Por isso, acrescenta Galiza Matos que não há espaço para falar-se de fraude nestas eleições, como está a ser dito ao mundo. “A FRELIMO tem uma estrutura estabelecida desde os comités provinciais, comités distritais, de zona, de círculo, células e toda estrutura de base”, disse.

Falando á RTP-África, o antigo deputado da Assembleia da República, explicou que só os cinco milhões de membros do partido fazem toda a votação necessária para que a FRELIMO ganhe as eleições. “Nunca tiveram, nunca se estruturaram, nunca em algum momento provaram que tem este número de membros e, estão a fazer toda esta confusão sem qualquer legitimidade”, salientou.

A FRELIMO desmente ainda que o PODEMOS e Venâncio Mondlane tem apoio de grande parte da população moçambicana. “Que entre muito bem na cabeça das pessoas que nós temos cinco milhões de membros espalhados por todo o país. Este número não existe no PODEMOS, não existe na RENAMO, não existe no MDM e a FRELIMO está estruturada em todo o país”.

Segundo Galiza Matos, a FRELIMO fez campanha lá onde existe a população e foi uma campanha real. “A nossa campanha não foi no Facebook, nem no Twitter como fez o candidato derrotado”.

Manifestações nunca paralisaram o país

Manifestações nunca paralisaram o país

Por outro lado, o membro da FRELIMO explicou que contrariamente ao que se tem propalado, o país nunca parou por conta das manifestações, lamentando que esta informação falsa é usada através das redes sociais e instigada por alguns sectores da sociedade que devem ser investigadas pela segurança.

De acordo com Galiza Matos, o seu partido não tem dúvidas que há gente que está interessada em fazer cair o país por causa dos seus recursos. “Nós somos o quarto maior potencial do gás do mundo e, esta gente não quer ver o nosso avanço. É preciso que isto entre na cabeça de cada moçambicano”, disse.

Em relação ao diálogo com o candidato Venâncio Mondlane, Galiza Matos Júnior disse que a FRELIMO esteve sempre aberto, aconselhando o mesmo a retornar ao país para sentar e conversar com as autoridades, uma vez que já foi solicitado para o efeito. “o diálogo é bom para nós e somos dos países mais experientes em termos de diálogo para Paz e, o Presidente Joaquim Chissano mostrou isso, quando o país teve a guerra civil mais desastrosa do mundo”, disse Matos, para quem não será o candidato Venâncio Mondlane que não será convidado a mesa do diálogo por conta desta situação.

Os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições-CNE deram vitória ao candidato da Frelimo, Daniel Francisco Chapo, com 4.912.772 votos, correspondente a 70,67 porcento dos votos, seguido de Venâncio Bila Mondlane com 1.412.517 votos correspondente a 20.32 porcento.

Em terceiro lugar está o candidato da Renamo, Ossufo Momade, com 413.591 votos equivalente a 5.81 porcento e por último, Lutero Simango, candidato que concorreu pelo MDM com 2.21 por cento. Estes são piores resultados obtidos pela Renamo desde as primeiras eleições realizadas em 1994.

A FRELIMO obteve, para o parlamento, 195 mandatos, PODEMOS 31, Renamo 20 deputados e o MDM ficou com quatro deputados. A validação final dos resultados será feita pelo Conselho Constitucional no dia 23 deste mês, que ainda está a analisar recursos apresentados pela oposição.

As eleições gerais de 9 de outubro contaram com 142.638 delegados de candidaturas, dos quais a Frelimo tinha em todas as províncias 54.078 delegados, Renamo 30.639, MDM 18.401, PODEMOS 30.868.

Em relação aos observadores, o processo contou com 25.101 observadores nacionais e 564 estrangeiros. Cobriram o processo 2.399 jornalistas nacionais e 46 jornalistas estrangeiros totalizando 28.110 jornalistas e observadores.