Governos instados a criar Banco de Desenvolvimento da CPLP

A Confederação Empresarial apela aos governos dos países-membros para maior dinamização da criação do Banco de Desenvolvimento da CPLP com vista a viabilizar financiamento para a execução dos projectos do bloco.

Na abertura da primeira Cimeira de Negócios, a decorrer na Guiné Equatorial, o presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Salimo Abdula, instou os governos dos países-membros a aceleraram o processo da criação do Banco de Desenvolvimento da Comunidade para facilitar o financiamento dos projectos do bloco.

“Este banco será uma ferramenta que passará a apoiar projectos bons de pequeno, médio ou grande porte, ultrapassando, assim, a dificuldade de acesso ao financiamento que muitas vezes tem um elevado custo nos países da comunidade, inviabilizando os referidos projectos”, argumentou Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial da CPLP.

Apesar de unidos por uma mesma língua e interesses económicos, pode haver conflito entre os estados-membros, daí que Salimo Abdula propõe a criação de um tribunal de arbitragem.

“Este tribunal, traria mais eficácia para dirimirmos litígios entre empresários da comunidade. Neste momento, este projecto se encontra em uma fase muito avançada. Foi constituída uma missão que está a trabalha afincadamente no tema e já produziu várias propostas de documentos e elaborou um questionário com perguntas que visam definir um modelo ideal para a construção do referido tribunal arbitral”, revelou Salimo Abdula.

A primeira cimeira de negócios da Confederação Empresarial da CPLP decorre sob o lema: Juntos somos mais fortes e fazemos o mundo avançar, juntou cerca de 250 empresários de Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde.

A cimeira reúne, além das missões empresariais, comitivas oficiais de vários países lusófonos, sendo São Tomé e Príncipe representado, presencialmente, ao mais alto nível com o Presidente da R O encontro de empresários tem como objetivos “consolidar a integração” da Guiné Equatorial na CPLP e “demonstrar o seu potencial, enquanto país de recursos e oportunidades, colocando-o na rota do investimento estrangeiro”, segundo a organização.

Gás, turismo, agricultura, pescas, valorização de ativos, banca, formação são alguns dos setores das empresas portugueses que participam na cimeira de negócios, a maioria das quais visita o país pela primeira vez à procura de oportunidades de investimento.

A Guiné Equatorial, que está em recessão desde 2016 e deverá voltar a ter um crescimento económico negativo em 2022, é a segunda economia com melhor desempenho entre as economias lusófonas africanas, devendo crescer 4% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional.

No que diz respeito ao rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), um dos indicadores mais usados para aferir a capacidade financeira dos países tendo em conta o crescimento das economias, registou um rácio de 51,1% em 2020, 44,1% este ano e 45,8% em 2022.

O rácio médio da dívida pública dos países lusófonos é de 94,7%, bem acima dos 56,2% do PIB registados, em média, na África Subsaariana.