Moçambique não está interessado em exigir reparações a Portugal pela colonização

“Temos laços de amizade, laços de língua e laços até de familiaridade. Temos portugueses que estão aqui em Moçambique a casar com moçambicanos. Está cheio de moçambicanos em Portugal a casarem com portuguesas, a nascerem moçambicanos em Portugal e portugueses em Moçambique. Então, achamos que isto é o que é mais importante neste momento. Fortificar cada vez mais as relações de amizade e cooperação e olharmos para a frente”, disse, o Presidente moçambicano Daniel Chapo, ao defender que as relações com Portugal são “extraordinárias”, afastando a necessidade de reparações ou outras ações pelo passado colonial.

Chapo que falava em resposta à agência Lusa, durante uma entrevista com vários órgãos de comunicação social, em Maputo, entende que é preciso “olhar para a frente”, quando passam 50 anos de independência.

Segundo ele, a maior concentração é o nível de cooperação, que tem que ficar cada vez mais sólida, porque a cooperação económica, social, política, ambiental, é extremamente importante entre os dois países, entre os dois povos.

É que a União Africana designou 2025 o “Ano da Justiça para Africanos e Pessoas de Ascendência Africana por Meio de Reparações”.

“Para nós o mais importante neste momento são as excelentes relações que existem entre Portugal e Moçambique. As relações neste momento são extraordinárias, crescem a cada dia que passa. A vinda do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique para as festividades de 50 anos de independência é um sinal muito forte das boas relações que existem”, apontou Daniel Chapo.

Para Chapo, a visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique, para o aniversário da independência, “é sinal do reforço desta amizade”e “desta cooperação” entre Portugal e Moçambique, presença que espera servir para “reforçar cada vez mais as relações de amizade e cooperação”, nomeadamente nas áreas económica, política, social e ambiental.

“Os laços de amizade e cooperação entre Portugal e Moçambique são históricos e precisam de ser consolidados cada vez mais entre os nossos povos, as nossas nações (…) por forma que possamos ter um futuro comum de crescimento e desenvolvimento e criarmos melhores condições de vida para os nossos povos”, concluiu o chefe de Estado moçambicano.