Horácio João
Quatrocentos, trinta e seis estudantes da Universidade Católica de Moçambique (UCM), em Chimoio, capital provincial de Manica, foram graduados hoje, sábado, em Licenciatura e Mestrado, representando um marco significativo nas suas vidas, em termos de reinserção no mercado de trabalho.
Dos finalistas, 257 são mulheres e 179 homens, sendo que 399 estudantes concluíram o nível de Licenciatura e 37 o nível de Mestrado.
A Faculdade de Engenharia disponibilizou ao mercado de trabalho 188 graduados, sendo 30 com o nível de Mestrado e 158 em Licenciatura.
O Reitor daquele maior estabelecimento do ensino superior privado do país, Professor Doutor Padre Filipe Sungo, que se dirigia aos graduados da Faculdade de Engenharia, das áreas de Agronomia, Engenharia Alimentar, Engenharia Civil, Engenharia Eletrotécnica e Engenharia Mecânica, disse que as suas competências técnicas serão fundamentais para o desenvolvimento de Moçambique e da região.
Tal expectativa, na sua visão, se deve as exigências do século XXI que requerem engenheiros que não só sejam peritos nos seus campos específicos, mas também líderes inovadores.
Para isso, alertou que os graduados irão enfrentar os desafios das mudanças climáticas, a necessidade de infraestruturas sustentáveis e a revolução digital.
Segundo o Reitor, os visados devem dominar a tecnologia e aplicá-la para o bem comum, garantindo soluções inclusivas e sustentáveis que promovam o progresso económico e social.
Aos estudantes que frequentaram os seus cursos em regime de extensão, como os
graduados em Direito, o Reitor apontou que o seu papel será central na defesa da justiça e na promoção do Estado de Direito.
Num contexto em que as sociedades enfrentam desafios cada vez mais complexos, Sungo fundamentou que a sua missão será de garantir que a justiça seja acessível, equitativa e eficaz, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Já para os graduados em Contabilidade e Auditoria, foram responsabilizados a zelar pela transparência e pela ética nas finanças públicas e privadas, num contexto global de crescente exigência por responsabilidade fiscal e governança, como guardiões da integridade financeira.
No que se refere aos graduados em Administração Pública, espera-se que, num mundo em constante mudança, desempenhem um papel crucial na formulação de políticas públicas justas e eficientes, promovendo o bem-estar social e a equidade.
Enquanto isto, aos graduados em Psicologia Clínica e Assistência Social, espera-se que venham integrar a linha de frente no apoio à saúde mental e ao bem-estar das comunidades para responder à questões como o stress, os traumas e as desigualdades sociais, devendo pautar por uma profunda empatia e compromisso com a dignidade humana.
Disse que os graduados em Economia e Gestão, economistas e gestores serão a chave para um desenvolvimento económico sustentável. A capacidade de liderar organizações, de gerir recursos escassos e de tomar decisões estratégicas, será essencial num mercado global cada vez mais competitivo e interdependente.
“Mas lembrem-se: o verdadeiro sucesso económico mede-se pelo impacto que têm nas vidas das pessoas, e não apenas pelos números”-acentuou.
Os graduados em Tecnologia de Informação, em tempos de incerteza, foram instados a disponibilizarem soluções tecnológicas inovadoras, não descorando da inteligência artificial, que são cada vez mais necessárias para resolver problemas complexos da sociedade; e sejam líderes comprometidos com a ética na criação e aplicação da tecnologia.
Aos graduados da área da Educação, particularmente no contexto do Instituto de Educação a Distância, a sua intervenção foi também descrita como de extrema relevância na formação de futuras gerações.
Numa era em que a educação está a evoluir rapidamente, o Reitor entende que o desafio será de adaptar metodologias e conteúdos a novas realidades, garantindo que a educação seja um meio de inclusão e desenvolvimento social, cujo impacto será sentido no futuro de Moçambique, ao formarem cidadãos críticos e conscientes, capazes de enfrentar os desafios da globalização e da digitalização.
Justiça, Igualdade e Progresso
Independentemente da sua área de formação, o Reitor da UCM acredita que há uma responsabilidade que todos partilhamos: a de sermos cidadãos comprometidos com a justiça, a igualdade e o progresso.
Acrescentou que a educação que ali receberam não é apenas uma ferramenta para o sucesso pessoal, mas uma alavanca para o desenvolvimento da sociedade. “Como profissionais e cidadãos, terão de enfrentar as desigualdades sociais, os desafios ambientais e a necessidade de criar uma sociedade mais justa e equitativa”.
Por conseguinte, o padre Filipe Sungo afirmou que este é apenas o começo de uma nova etapa nas suas vidas, pois o futuro será cheio de desafios, mas também de oportunidades.
Desejou que a trajectória profissional seja guiada pelos valores que aprenderam ali: integridade, ética, responsabilidade social e um compromisso inabalável com o bem comum.
Chamou atenção que o país e o mundo precisam de líderes que saibam enfrentar as complexidades do nosso tempo com coragem e sabedoria, em que cada um dos graduados seja, nas suas respectivas áreas, uma luz de mudança positiva, contribuindo para um futuro mais próspero, mais sustentável e mais justo para todos.
Cecília Horácio João, Licenciada em Direito, considerou que a caminhada foi longa, mas que valeu pela perseverança, astúcia e determinação, cumprindo-se mais uma etapa na sua vida acadêmica, graças ajuda multiforme dos seus pais e encarregados de educação.
O mestrado David Afonso mostrou-se igualmente satisfeito por atingir mais um degrau na sua formação, esperando um futuro brilhante na sua vida profissional.